Ivan Moraes repercute abordagem abusiva de agentes do GTO

Uma ação resultante do racismo institucional – ou seja, do racismo cujas raízes estão mais em práticas institucionais arraigadas que no indivíduo que o comete. Foi assim que o vereador Ivan Moraes (PSOL) definiu a abordagem de agentes do Grupo Tático Operacional (GTO), da Guarda Municipal do Recife, no último evento do projeto Terça Negra, realizado na terça-feira (4). O parlamentar tratou do assunto durante a reunião plenária da Casa de José Mariano desta quarta-feira (5).

A Terça Negra recifense é uma atividade que reúne diversas organizações artísticas e ativistas no pátio de São Pedro, sempre às terças-feiras. De acordo com Ivan Moraes, a forma como o GTO se portou ao abordar um jovem presente na ocasião gerou revolta nos participantes da festa.

“Durante a festividade de ontem, houve uma abordagem abusiva do Grupo Tático Operacional. Sabemos muito bem a diferença do policiamento em festa de gente branca e rica e o policiamento em festa de gente pobre e negra. As pessoas brancas são tratadas de uma forma e as negras de outra”, disse o vereador. “A abordagem foi denunciada por muitas pessoas. Houve uso de bala de borracha, spray de pimenta e relatos de confusão – que nunca nasce do nada. Nesse caso, foram os guardas que a causaram, ao fazer uma abordagem violenta contra um jovem que nem sequer usava drogas.”

Ivan Moraes afirmou ter conversado com o comando da Guarda Municipal, que se posicionou dizendo que os agentes envolvidos na ação já foram denunciados à Corregedoria do órgão. “É importante dizer que a própria Guarda tem um grupo de combate ao racismo. A Prefeitura tem um Conselho Municipal de Igualdade Racial. É fundamental que os autores da violência sejam responsabilizados, mas isso não é suficiente. São indivíduos que fazem parte de um sistema racista. É preciso formar os agentes e todos que têm a tarefa de lidar com seres humanos para que o racismo não possa ser tolerado.”

Em 05.02.2020, às 16h34