Luiz Eustáquio vê caos no INSS por escassez de servidores

Um quadro escasso de servidores, uma fila de atendimento com dois milhões de pessoas e uma decisão controversa para a solução do problema por parte do Governo Federal. Foi essa a descrição da crise no atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) feita pelo vereador Luiz Eustáquio (PSB) na tarde desta terça-feira (4), durante a reunião plenária da Câmara do Recife. Em seu discurso, o parlamentar defendeu a contratação de servidores da carreira do Instituto para resolver a questão – e classificou a decisão do Governo Federal de convocar militares da reserva como uma forma de propagandear as Forças Armadas.

“O governo diz que vai contratar sete mil militares. Estamos no caos, não estamos em guerra. As Forças Armadas são importantes no sentido de garantir as fronteiras. Mas quem tem capacidade de resolver o INSS são os funcionários. Parece que o que está sendo criado pelo governo Bolsonaro é um grande cabide de empregos para os militares. Parece um primeiro passo: primeiro o INSS, e depois mais onde? Isso é para fazer marketing, para dizer que o Exército resolve. Ele resolve, mas resolve guerra”, argumentou o vereador.

De acordo com Luiz Eustáquio, a demora no atendimento aos segurados tem criado situações de penúria social. De acordo com ele, a última reforma da Previdência acelerou a defasagem numérica dos próprios quadros do INSS, gerando mais demora na concessão dos benefícios. “O povo está sofrendo. As pessoas contribuem, mas estão passando oito, nove meses, ou até um ano para receber. Aí uma viúva fica meses passando necessidade, esperando que saia uma pensão. E o que faz o ministro da Economia, Paulo Guedes? Diz que não vai ter concurso.”

Em um aparte, o vereador Jairo Britto (PT) também criticou a reforma da Previdência e as posições do atual governo sobre a questão do INSS. “Estou procurando alguma coisa positiva nessa reforma e não encontro. Professor teve prejuízo – e o caos está chegando nas universidades e institutos federais, porque não tem professor. Militares se decepcionaram, pensionistas também. O trabalhador foi o mais prejudicado. As pessoas do INSS se aposentaram, e quem vai fazer as aposentadorias? E o pior é que tem pessoas passando necessidade porque estão nessa fila.”

Em 04.02.2020, às 16h37