Audiência pública analisa abastecimento de água no Recife

Por iniciativa do vereador Hélio Guabiraba (PSB), a Câmara Municipal do Recife realizou audiência pública para debater o abastecimento de água no Recife. O encontro, transmitido por videoconferência, foi realizado na manhã desta quinta-feira (25), e contou a presença de representantes da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), parlamentares e de lideranças comunitárias.

Na abertura do encontro, o vereador Hélio Guabiraba disse que vem recebendo reclamações das comunidades, sobretudo da Zona Norte, sobre a falta d’água. “Tenho certeza de que é um esforço de todos os parlamentares da Casa de José Mariano para que a Compesa atenda da melhor forma o povo”, ressaltou.  Também participaram dos debates e fizeram questionamentos,  os  vereadores  Ana Lúcia (Republicanos); Andreza Romero (PP); Doduel Varela (PSL); Eduardo Marques (PSB); Dani Portela (PSOL); Dilson Batista (Avante); Fabiano Ferraz (Avante); Felipe Alecrim (PSC); Liana Cirne (PT); Luiz Eustáquio (PSB); Paulo Muniz (SD); Waldomiro Amorim (SDD) e Zé Neto (PROS).  

A presidente da Compesa, Manuela Marinho, exibiu slides demonstrando a atuação da Companhia.  “É uma empresa de todos os pernambucanos e que não para de investir. Somos o estado com menos disponibilidade de água por habitante, um grande desafio para nós, pois abastecemos 7,5 milhões de pernambucanos. São mais de 78 obras emergenciais na Região Metropolitana e fizemos a doação de mais de 900 caixas d’água às famílias com dificuldades. Pelo Marco Legal, estamos com uma previsão para 2021 de R$ 1,2 bilhão de reais em várias fontes de recursos, tanto em água como para esgotamento sanitário, em mais de 110 municípios”.  

Manuela Marinho também falou dos descontos para as pessoas que não poderiam pagar suas contas de água, ressaltou a diminuição dos vazamentos e o aumento do fornecimento dos carros-pipa. “Concedemos o desconto de 90% de desconto para quem está com dificuldades de pagar e que ajudou muitas pessoas. Além disso, executamos uma força-tarefa na RMR onde havia 2.172 vazamentos e, em janeiro desse ano, passamos para 277. Estamos perto de zerar para melhorar cada vez mais a operação da cidade. Ampliamos o fornecimento de carros-pipa totalizando mais de 11 milhões de litros de água e beneficiando 121 mil pessoas. Foram mais de R$ 7 milhões de reais somente nessa ação dos carros-pipa”.

Nyadja Menezes, diretora da Região Metropolitana, pontuou as intervenções em várias comunidades, como a implementação de poços e citou números dos investimentos para a capital pernambucana. “A comunidade do Zeppelin, por exemplo, onde três mil foram beneficiados e tiveram a água regularizada. Ano passado, em 2020, houve uma grande operação no Recife em relação à colocação de poços. E vários ainda serão projetados. Para o ano de 2021, estamos com um somatório de investimentos na ordem de R$62 milhões de reais na área de abastecimento de água e R$179 milhões para o esgotamento sanitário, totalizando R$ 241 milhões de reais”.

A Compesa, ressaltou Nyadja Menezes, conta com o Projeto Plano de Segurança de Água nos Morros, em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade-UFPE), num investimento de R$ 4 milhões de reais. O diretor técnico e de engenharia da Compesa, Flávio Figueiredo, anunciou obras de melhoria de abastecimento d’água nos morros da Zona Norte.  Já sobre esgotamento sanitário, o diretor de Negócios da Compesa, Flávio Coutinho, explicou a parceria público-privada até o ano de 2027. As obras para o Recife, mais especificamente, concluirão em 2033.

Participando da Mesa de debates, o vereador Almir Fernando (PCdoB) recordou que desde a época de líder comunitário já lutava por obras de melhoria de abastecimento nos morros, especificamente no Alto de José Bonifácio. “Esperamos que as verbas cheguem e que a comunidade também avise os problemas no abastecimento. Toda a zona norte enfrenta dificuldades, e imagine se não houvesse esses investimentos. A cada um real investido, você salva a saúde de várias pessoas”.

Murilo Vieira, representante da zona norte e liderança comunitária no Córrego de José Grande, fez um comentário à Compesa sobre a fiscalização das firmas que executam os serviços. Ele solicitou melhorias em relação aos materiais utilizados para recuperação de bombas e falou sobre a pressão da água. “Que os poços fiquem com uma pressão de água boa, pois aqui não está sendo. Temos água de três em três dias, uma seca tremenda. E no dia que tem, a gente só fica com 7,8 horas de abastecimento. Temos 1.800 idosos e a dificuldade é grande para essas pessoas”.

 

Em 25.02.21