Jurandir protesta contra enfraquecimento da Chesf

O aniversário de 62 anos de existência da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), foi comemorado na terça-feira (16) em clima de muita intranquilidade pelos funcionários da estatal. É dada como certa a incorporação da empresa à Eletrobrás, que passaria a gerir todas as decisões locais. Em plenário, o vereador Jurandir Liberal (PT) pediu apoio dos vereadores para que se juntem aos debates e protestos que deverão ser realizados pela manutenção do controle pela companhia.

Jurandir relatou aos colegas parlamentares o clima de preocupação que toma conta dos funcionários da Chesf em função dessa mudança. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que o conselho da Eletrobrás mudasse o estatuto, fortalecendo a empresa federal. “Com esta mudança todas as decisões sobre geração e transmissão de energia do Nordeste, antes tomadas aqui pela direção da Chesf, passam a ser concentradas no sul-sudeste”.

Jurandir alerta que a estatal perderá o controle e ficará subordinada a decisões que virão de fora. “Na prática a Chesf deixa de existir, perdendo toda sua independência. Vale lembrar que a Chesf tem 62 anos enquanto a Eletrobrás tem 40 anos”. O vereador sabe que seu protesto é apenas um alerta, mas convidou os colegas a se juntarem aos deputados federais Fernando Ferro (PT) e Maurício Rands (PT), que trarão o debate para o Recife.

Jurandir também informou que recebeu manifesto do sindicato dos trabalhadores da Chesf protestando contra a mudança. Segundo ele, a geração e a distribuição de energia são estratégicos e fundamentais para o desenvolvimento e integração regional. “Não podemos deixar que aconteça com a Chesf o que aconteceu com a Sudene, que foi extinta, recebeu a promessa do presidente de reabilitá-la e até hoje não saiu do papel”.

Para manter viva a memória da marca Chesf, o vereador vai propor um projeto de lei mudando o nome da rua Delmiro Gouveia, onde fica a sede da empresa, para rua da CHESF Dr. Delmiro Gouveia. “Vou submeter o projeto ao Instituto Histórico e se for aprovado, trarei ao plenário”.

Em 16.03.10, às 16h40.