Almir Fernando debate a questão dos morros do Recife

Num dia de manhã chuvosa no Recife, o vereador Almir Fernando (PCdoB) realizou audiência pública nesta quinta-feira, 25, para debater um tema que corresponde às preocupações de grande parte da população nesta época: “Pontos de Risco e Parcerias nos Morros”. A reunião foi uma oportunidade para a Prefeitura do Recife informar o que vem fazendo nas áreas de encostas, segundo afirmou o vereador, mas também para os moradores questionarem, cobrarem e obterem informações. “Estou sempre presente nas comunidades e recebo muitas cobranças sobre essa questão. A audiência foi importante para o poder público, para a população e para a Câmara Municipal que serviu como intermediária das necessidades do povo”, disse.

A audiência pública ocorreu no plenarinho e contou com as presenças do secretário Executivo de Defesa Civil do Recife, coronel Cassio Sinomar, e do diretor de Engenharia e Obras da Empresa de Urbanização, URB, Sérgio Matos. “O Recife há muitos anos convive com os deslizamentos nos morros, onde mora uma elevada parcela da população. São locais em que, ao longo de décadas, já houve dezenas de mortos e feridos causados por acidentes. Assim, é importante que o poder público disponha de ferramentas eficazes, como o retorno do projeto Parceria nos Morros, para localizar as áreas naturalmente suscetíveis a deslizamentos, tanto ocupadas como aquelas ainda livres de ocupação”, disse Almir Fernando. O vereador Eriberto Rafael (PTC) também compareceu à audiência.

 

Um relatório da reunião será encaminhado ao prefeito Geraldo Júlio e a secretários municipais, disse Almir Fernando. O coronel Cássio Sinomar explicou que a Defesa Civil é uma atribuição do poder público que só pode ser realizada em conjunto com a população e depende da conscientização das pessoas. “Recife é uma cidade grande e o desafio de fazer a defesa civil é enorme, mas nós estamos preparados para enfrentar este inverno”, garantiu. No ano passado, segundo ele, as ações postas em práticas permitiram um bom resultado. “Colocamos 3 milhões e 200 mil metros quadrados de lonas para impermeabilizar cerca de 15 mil pontos de áreas de risco”, disse. Operação semelhante será realizada este ano.

 

“Também realizamos 45 mil vistorias, além de visitas na operação porta a porta”, informou. Em 2016 duas pessoas morreram devido aos deslizamentos de barreiras no Recife. “Mas, uma das pessoas tinha chegado havia pouco tempo na comunidade e desconhecia as orientações que passamos aos moradores para as situações de risco. A outra vítima, embora soubesse das nossas recomendações, fez uma construção irregular, que provocou o deslizamento de barreiras”, relembrou. O coronel esclareceu que é importante que a população contribua, seguindo as orientações da Defesa Civil. Ela proíbe, entre outras coisas, o corte irregular das barreiras. “A população tem que ter a própria proteção e denunciar as situações que podem oferecer risco”, disse. O telefone para entrar em contato com a Defesa Civil é o 0800.081.34.00.

 

A perspectiva da Defesa Civil para este ano, conforme o coronel Cassio Sinomar, é de cobrir novamente os 15 mil pontos de risco, colocar igual número do ano passado (3.200.000 m²) de lonas plásticas e implantar 85 mil metros quadrados de geomantas (para controlar a erosão) em 29 localidades. “Sabemos que a colocação de lonas é um paliativo, mas ela tem salvado vidas.  Nos locais onde são instaladas não há registro de deslizamento”, disse. A Defesa Civil também deverá fazer 2.500 ações do tipo porta a porta (educativo) e 45 mil vistorias, que resultam em identificação, análise e ações para conter o risco. Tudo isso até o final de julho.

 

Outra ação da Prefeitura do Recife, para enfrentar o inverno, segundo os técnicos presentes na audiência pública, é a  limpeza de canais que cortam a cidade. O Recife tem 99, dos quais 28 já estão limpos e outros 10 em andamento. O diretor de Engenharia e Obras da URB, Sérgio Matos, disse que no período de inverno a Empresa de urbanização “dá apoio à Defesa Civil realizando as obras estruturais. E em tempos normais, fazemos as obras de caráter definitivo como muros de arrimo, construção de encostas e instalação de telas argamassadas”, disse.

 

 

Em 25.05.2017, às 13h.