Demolição do Edifício Caiçara repercute no plenário

Resquício da arquitetura neocolonial da década de 1940, o Edifício Caiçara, localizado na Avenida Boa Viagem, poderá desaparecer completamente da paisagem do Recife. A demolição parcial do prédio, que começou no último final de semana, repercutiu entre a população, as entidades de direitos urbanos e os parlamentares. Na reunião plenária desta segunda-feira, 30, o vereador Raul Jungmann lamentou o que chamou de violência contra a cidade.

“A responsabilidade maior é da Prefeitura e do Governo do Estado. Subscrevo a carta encaminhada ao governador que solicita a reformulação do Conselho de Cultura e já entrei com um projeto que coloca o Caiçara como um imóvel especial de preservação, para que possamos manter a alma, a cultura, a história e a memória da nossa cidade”, ressaltou Jungmann.

Jurandir Liberal (PT) lembrou que, durante a discussão do Plano Diretor em 2008, ele apresentou uma emenda para impedir novas construções na Av. Boa Viagem acima de 14 andares ou 42 metros. “Essa emenda está sendo desobedecida porque vários prédios estão sendo demolidos e construídos outros com 30 e 40 andares. Isso é uma irresponsabilidade. A lei de Uso e Ocupação do Solo até agora não foi encaminhada e por isso vou complementar o Plano Diretor do Recife com uma lei ordinária”.

Ao final da reunião, Jungmann informou que o juiz da 3ª Vara Cível concedeu liminar favorável, com multa de um milhão de reais e proibindo a demolição do prédio. “Segundo Ricardo  Coelho, da Promotoria do Meio Ambiente, serão feitas a reconstrução do bem tombado e a responsabilização criminal da empresa e dos diretores”.

Em 30.09.2013, ás 18h50