Henrique Leite debate comércio informal no Recife

Numa audiência pública que lotou o plenarinho da Câmara Municipal do Recife o vereador Henrique Leite (PT) promoveu, na manhã desta segunda-feira, 9, ampla discussão sobre as questões referentes à situação do comércio informal e da mobilidade urbana.

Os dois temas se influenciam, no entendimento do vereador, pois a atividades dos vendedores ambulantes faz com que a mobilidade urbana seja afetada por conta da ocupação das vias públicas. “Nossa cidade cresceu muito, em população, em desenvolvimento econômico e isso traz reflexos positivos e negativos. O trânsito caótico é um dos efeitos não saudáveis, assim como a ocupação das calçadas, impedindo a acessibilidade. Queremos ouvir opiniões e buscar propostas que possam contemplar a todos: os ambulantes, a gestão, a cidade”, disse.

A audiência pública reuniu centenas de vendedores ambulantes, que compareceram à Câmara ansiosos para ouvir a proposta da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano para ações a partir do próximo ano. O vereador Henrique Leite reuniu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Informal do Recife, Severino Souto Alves; o representante do Coletivo de Luta Comunitária, Robson Luiz; o diretor do Comércio Informal da Companhia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb), Paulo da Mata; e o coronel Sillas Charamba, secretário executivo de Operações de Mobilidade e Controle Urbano da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano. “Nós precisamos, a partir dessa audiência pública, avançar em sugestões que possam melhorar as condições da cidade, tendo cuidado com as pessoas e com os trabalhadores”, disse o vereador.

Severino Souto Alves propôs a criação de uma mesa de negociação permanente, composta por representantes do Sindicato, da Câmara Municipal, do Ministério Público e da Prefeitura do Recife, para discutir os problemas do comércio informal. “Há dificuldades de diálogo com a Prefeitura em vários pontos. Na semana passada, 36 barracas de camelôs foram derrubadas em Roda de Fogo, sem oferecer alternativa”, disse Severino. Ele também apresentou proposta de criação de shoppings centers populares descentralizados (na periferia) e estabelecimento de ruas específicas para o comércio informal. “O ambulante existe porque nesse sistema não existe emprego para todos. Ele não teve acesso ao trabalho formal e viu como alternativa o trabalho informal. Todos nós temos direito ao trabalho, isso está previsto no artigo 5º da Constituição”, afirmou.

Ele apresentou fotos de shoppings populares que existem em João Pessoa, com a intenção de eles servirem de exemplo para o Recife. E pediu explicações sobre o que vai ocorrer a partir de seis de janeiro, pois o temor da categoria é que os camelôs sejam expulsos das ruas do centro. O representante do Coletivo de Luta Comunitária, Robson Luiz, reafirmou o que foi dito por Severino. Paulo da Mata garantiu que o secretário João Braga pactuou com uma comissão de rua para dar início no dia seis de janeiro a ações de ordenamento do comércio ambulante do centro do Recife. “Vamos começar com reuniões, para definir o passo a passo. Tudo será feito na base do diálogo, ouvindo os envolvidos”, garantiu. Além disso, ele disse que a Prefeitura do Recife está consolidando a fase de desapropriação de terrenos, a exemplo do Largo de Água Fria, Rua da Penha, o pátio em frente ao Mercado de Afogados para “criar nichos de comércio ambulantes”. Em 2014, vai implantar projetos e com investimento de cerca de R$ 20 milhões na construção de shoppings populares, incluindo um que ficará na Rua Sete de Setembro com Rua da Saudade.

Outros shoppings populares podem ser construídos, segundo ele, na Largo de Água Fria e no pátio do Mercado de Afogados. “Vamos atender feirantes e ambulantes”. Uma pesquisa será feita para redefinir o camelódromo da Avenida Dantas Barreto. O secretário executivo de Operações de Mobilidade e Controle Urbano, coronel Sillas Charamba, disse que a intenção da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano é buscar alternativas em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Informal do Recife para garantir a mobilidade do cidadão. “Temos que garantir o direito do trabalhador, mas também precisamos liberar as calçadas para que o cidadão usufrua das vias públicas como um todo. As ruas estão ocupadas, dificultando a mobilização das pessoas”, afirmou.


Em 09.12.2013, às 13h05.