Marcos Menezes homenageia Batalhão de Suez

A Câmara Municipal do Recife realizou reunião solene, quinta-feira pela manhã, em homenagem aos componentes da representação regional da Associação Brasileira do Batalhão Suez, que há cerca de 50 anos integraram a missão de paz na ONU no Oriente Médio. A iniciativa foi do vereador Marcos Menezes (DEM). “Esta é uma homenagem da Câmara Municipal e tem como simbologia mostrar a importância de cada um de vocês, que servem de exemplo para nossos filhos e netos. Vocês são importantes para a história do país, mas é preciso reconhecer a situação em que vivem hoje. Muitos sobrevivem com recursos próprios, quase esquecidos”, disse o vereador.

A reunião solene começou às 10h, sendo presidida pelo vereador Edmar de Oliveira (PHS). Contou com a presença de diversos integrantes do contingente do Exército Brasileiro que entre os anos de 1957 a 1967 foram enviados ao Egito como parte das forças de paz da ONU no conflito bélico envolvendo Israel e o Egito. Compuseram a mesa da solenidade o ex-soldado do 18º Contingente do Exército Brasileiro na missão, Denio Saboya Lima; o representante da representação regional da Associação Brasileira do Batalhão Suez, ex-soldado Carlos Alberto Medeiros e a representante das mulheres dos soldados que fizeram parte da missão, Edilza Dias da Silva.

“Tão importantes quanto os soldados foram as suas mulheres. Enquanto nossos soldados partiram para lutar de forma voluntária nesta missão, suas mulheres ficaram aqui no Brasil lutando no dia a dia pelas suas famílias. Os soldados partiram numa missão muito honrosa. Eles não foram brigar por terras, mas foram propagar a paz”, disse Marcos Menezes. O representação regional da Associação Brasileira do Batalhão Suez, Carlos Alberto Medeiros, foi escolhido para receber uma placa de bronze registrando a homenagem. Ele também fez o discurso de agradecimento. “Sinto-me extremamente honrado com a distinção que me foi conferida pelos organizadores deste evento. É uma imensa alegria estar entre amigos para podermos juntos revivermos e registrarmos nos anais desta casa legislativa o que foi a missão de Suez”, disse Carlos Alberto.

Ele leu em seu discurso um relato das operações da missão de paz no Oriente Médio. “Nossas operações foram todas realizadas na Faixa de Gaza, mais precisamente na linha de fronteira entre os dois países Israel e Egito. Ficávamos num fosso de 50 centímetros  de profundidade e 50 de largura, com comprimento de 100 quilômetros. Todas as nossas patrulhas eram feitas ao longo desta fronteira e soldados com binóculos de longo alcance colocados estrategicamente nos postos de observação que faziam toda varredura da área”, disse. Ele lembrou que as tropas enfrentaram tempestades de areia, variações de temperatura que iam de 50º a 0º, endemias, stress forte e perigo de minas.

A Força de Paz para o Oriente Médio foi a primeira do mundo criada pela ONU. Ela surgiu após a nacionalização do Canal de Suez pelo presidente egípcio Gamal Abdel Nasser em 26 de julho de 1956, o que levou à reação da França e do Reino Unido, administradores do canal na região. Em reação à atitude do Egito esses países armaram Israel para invadir a Península do Sinai, levando ao conflito denominado Guerra de Suez. A Força de Emergência começou suas atividades visando o cessar-fogo entre as partes em conflito, sendo integrada pelo Canadá, Colômbia, Dinamarca, Finlândia, Índia, Indonésia, Iugoslávia, Noruega, Suécia e Brasil. O Batalhão de Suez, do Exército brasileiro para fazer parte da Força Internacional de Emergência, foi criado por decreto do Congresso Nacional em 22 de novembro de 1956.

Os soldados a serviço da paz eram e ainda são chamados de “boinas azuis”, em alusão ao quepe ou capacete azul que os soldados usavam e usam em qualquer missão de paz.  Os veteranos de Suez foram distinguidos pela Fundação Nobel no ano de 1988 com o Prêmio Nobel da Paz pelos relevantes serviços prestados na fronteira do Egito com Israel e em outras operações de paz desenvolvidas, especialmente na Ásia e na África.

 

Em 08.09.2011, às 11h45.