Banda dos anos 60 é agraciada com Medalha

“Esta é uma Casa democrática, onde estão representadas pessoas de todos os segmentos e de todas as idades. Por aqui já passaram diversos cantores de vários ritmos. Hoje homenageamos uma banda que durante 47 anos, empolgou e empolga por onde passa”, afirmou o parlamentar. Gilvan Cavalcanti lembrou de antigos clubes de bairros, onde o grupo se apresentou. “No Clube Yolanda, em Afogados, foi o mesmo onde Roberto Carlos fez show. Os mais jovens talvez não saibam, mas quem nunca dançou agarradinho ao som de Os Loucos?”, perguntou. A reunião solene foi presidida pelo vereador Aerto Luna (PRP).

Gilvan Cavalcanti ressaltou que a concessão da medalha é fruto de tudo o que o grupo fez em prol da cultura e lazer para tantas famílias recifenses. “Inclusive muitos casais se formaram naqueles bailes”. Ele destacou ainda que conhece muito bem o trabalho do conjunto e que, apesar do mesmo sobrenome, não é parente dos integrantes. Se referindo aos irmãos Juarez Bezerra Cavalcanti e José Leonardo Cavalcanti, fundadores do grupo.

Coube a Juarez Bezerra Cavalcanti fazer o discurso em nome dos outros integrantes. “Em 15 de outubro de 1965 foi formada a banda no Colégio Pan Americano, no Recife, para comemorar o Dia dos Professores, éramos adolescentes e sonhadores. Nossos instrumentos eram improvisados. Sem saber o que estava acontecendo, nascia Os Loucos”, disse o músico. Ele lembrou que o golpe militar tinha ocorrido um ano antes sem que eles tivessem a devida noção dos fatos. “Nós, juntos com Edson Cisneyros e Alberto Queiroga, quatro garotos, não entendíamos. O que acontecia. Amávamos os Beatles e os Rolling Stones. Curtíamos Renato e os Seus Blue Caps e as jovens tardes de domingo".

Em seguida relatou a trajetória e momentos marcantes, além de agradecer a muitas pessoas, amigos e parentes que contribuíram com a carreira da banda. “Esta medalha tem um significado muito especial, pois nos mostra que o nosso trabalho valeu a pena. Ao longo de quase cinco décadas vencemos muitas dificuldades, entre elas a falta de apoio dos órgãos de cultura. Agradecemos a Deus e a Câmara do Recife esta homenagem”.

Ao final da solenidade Os Loucos cantaram várias músicas que embalaram a Jovem Guarda, como Eu sou terrível, Negro gato, entre outras, e foram acompanhados em coro pelos convidados da solenidade.