André Régis comenta gestão da Educação durante pandemia
O programa de distribuição de tablets foi aprovado por lei em 2013. A meta de distribuir os equipamentos para cada aluno do 6º ao 9º ano da rede pública municipal de ensino, entretanto, acabou sendo abandonada. Segundo o vereador, hoje, a Prefeitura mantém tablets suficientes apenas para o atendimento em salas de aula – ou seja, em número insuficiente para a implementação de atividades à distância.
“A pandemia demonstra que o prefeito estava certo ao criar o programa em 2013. Mas ela demonstra que ele está errado hoje, por ter descontinuado essa iniciativa. Estamos há mais de cem dias do começo da pandemia e não sabemos como e quando será o retorno as aulas da rede pública”, disse André Régis.
O vereador citou essas e outras informações colhidas durante uma reunião promovida no mês passado pela Comissão Interpartidária de Acompanhamento ao Coronavírus, da Câmara do Recife, com o secretário de Educação Bernardo D’Almeida. Segundo Régis, as respostas dadas na ocasião pelo secretário para a adaptação das aulas da rede pública à pandemia foram insatisfatórias.
“Ele não apresentou nenhum plano para a escola sem aulas [presenciais]. Veio com um plano B, uma coisa muito esquisita: aulas remotas a partir da doação de celulares de uma campanha da Secretaria de Educação. Temos 16 mil estudantes somente no Ensino Funamental. Vamos esperar a doação de aparelhos que provavelmente são incompatíveis com essa finalidade? Como a Secretaria vai preparar 16 mil aparelhos para os estudantes?”, questionou.
Em um aparte, a vereadora Michele Collins (PP) fez um desagravo à condução de Bernardo D’Almeida na Educação. Ela acrescentou que a campanha da Prefeitura não visava a doação de aparelhos celulares, mas a arrecadação de recursos para adquiri-los. “O secretário deixou claro que precisamos melhorar. Percebi que ele foi bastante seguro na reunião e que tem uma equipe que tem feito um trabalho bom para o Recife. Ele não disse que seriam doações, mas que haveria um evento que arrecadaria dinheiro para a compra de novos aparelhos”.
Ex-secretário de Educação do Recife, o vereador Antonio Luiz Neto (PSB) também discutiu o assunto. Ele lembrou os esforços por informatização feitos durante seu período de chefia na pasta – e afirmou que existe dinheiro para assegurar a continuidade do programa de tablets. “Eu acredito que o secretário possa fazer essa adaptação tecnológica, essa educação continuada. Não só por conta da pandemia, mas também por conta do momento da humanidade. A humanidade é tecnológica. Não falta dinheiro para a educação e acredito, sim, que possam ser distribuídos os tablets”.
Em 06.07.2020, às 15h23