Ana Lúcia discute climatização de escolas e a questão do abandono paterno

A vereadora Ana Lúcia (Republicanos) discutiu o requerimento número 3541/2024, de autoria da vereadora Liana Cirne (PT), dirigindo indicação ao prefeito João Campos para “realizar inspeção urgente e propor intervenções visando a readequação e modernização dos sistemas elétricos nas escolas municipais Novo Mangue, Cecília Meirelles, Creuza de Freitas, Guilherme Diniz, entre outras”. A discussão, que terminou com a aprovação do requerimento, foi realizada na reunião plenária realizada pela Câmara Municipal do Recife, na manhã desta terça-feira (23). Ana Lúcia também debateu outra proposição, durante a reunião, sobre o abandono paterno.

Ao tratar do requerimento 3541/2024, Ana Lúcia afirmou que pediu para discutir a proposta porque ela “é propositivo, interessante e urgente”. Ela observou que foi gestora de escola pública e destacou que as políticas públicas voltadas para educação passam pela climatização das unidades da rede. “Nenhum de nós pode dizer que temos 100% das nossas unidades municipais climatizadas. Mas, sabemos também que a Prefeitura do Recife já deixou todas as escolas com as instalações internas prontas para receberem a climatização. A Neoenergia é que não tem cumprido a sua parte”, disse ela.

De acordo com Ana Lúcia, a climatização das escolas depende de uma adaptação nas instalações físicas dos prédios, com a construção de subestações externas de transmissão, para possibilitar o aumento do uso da energia. “A carga de energia para instalação do ar-condicionado necessita de uma readequação nas instalações. E esse é o grande problema que a Prefeitura do Recife vem enfrentando, com a Neoenergia. A Prefeitura faz a sua parte e fica nessa dependência, pois a Neoenergia não vai às unidades para instalar o transformador de ar-condicionado. Portanto, entendo que a intenção da vereadora Liana Cirne é pedir à Neonergia que faça o que lhe compete”, afirmou.

Ana Lúcia também disse que “não é fácil lidar com esse grupo de energia, apesar de as faturas mensais, com as contas da energia, serem altíssimas”. Ela acrescentou que hoje já existem 17 unidades da rede municipal de ensino que instalaram placas fotovoltaicas para gerar energia solar, visando suprir o seu consumo. “Quando a demanda da energia nas escolas esbarra nesse grupo, há dificuldades. É complicado quando a Prefeitura do Recife faz a sua parte e fica nessa dependência. Faço apelo para que a Neoenergia instale as subestações pelo menos nas escolas de grande porte”.

O líder da bancada de governo, vereador Samuel Salazar (MDB), pediu aparte e confirmou que a Prefeitura do Recife “já providenciou a aquisição de aparelhos de ar-condicionado para todas escolas da rede pública municipal, mas algumas estão na dependência da Neoenergia”. Segundo ele, o pedido de instalação do sistema de climatização, agora, é uma demanda que “não depende mais da Prefeitura, e nem deve ser dirigida ao prefeito ou à Secretaria de Educação, mas à Neoenergia”.

Aborto paterno - A vereadora Ana Lúcia voltou à tribuna, para mais uma vez debater a proposição de mais uma vereadora. Dessa vez foi o projeto de lei número 248/2023, que estava em primeira discussão, de autoria de Elaine Cristina (PSOL). O projeto de lei institui a “Semana Municipal de Conscientização sobre o Abandono Paterno” no Calendário Oficial de Eventos do Município do Recife, bem como das emendas modificativas e supressiva da relatoria da Comissão de Legislação e Justiça. O projeto de lei foi aprovado.

“É muito bom saber que uma mulher progressista traz um projeto de lei para esta casa que uma mulher conservadora se identifica”, disse Ana Lúcia, referindo-se a Elaine Cristina. Ana Lúcia lembrou que, antes de sua fala, o vereador Rinaldo Junior (PSB) propôs trocar o nome da data comemorativa de “abandono paterno” por “aborto paterno”. Ela disse que, mesmo sendo “uma conservadora” e não goste da palavra aborto, acha que, nesse caso, a palavra é bem empregada. “O abandono de paternidade tem a ver com o sentido da palavra aborto porque quando um pai não assume a responsabilidade, nega esse filho, expele esse filho de sua vida”, disse. Um pai, segundo a parlamentar, está junto do filho em todos os momentos da vida.

Ana Lúcia aproveitou para relatar sua história pessoal e disse que o seu pai separou da mãe, mas que trabalhou duro para manter a família e que, todos os domingos, passava as tardes com os filhos. Ela também acrescentou que foi gestora de escola pública e o maior problema dos estudantes, muitas vezes, segundo ela, é a ausência da paternidade. A vereadora Natália de Menudo (PSB) pediu aparte e agradeceu pela história pessoal contada por Ana Lúcia, como também parabenizou a vereadora Elaine Cristina, que elaborou o projeto de lei. “Além de pais que abandonam os filhos saindo de casa, há aqueles que abandonam os filhos mesmo permanecendo dentro de casa”, considerou.

Ana Lúcia questionou por que uma mãe pode ir sozinha no cartório para registrar a maternidade, mas o pai precisa dar a autorização para que o filho seja registrado em seu nome. “Eu sou revoltada com um país em que a mãe pode ir no cartório e não o pai. Por que o documento não é partilhado, e depende da anuência de um homem?”. A autora do projeto de lei 248/2023, vereadora Elaine Cristina, também pediu aparte. Ela agradeceu pelas palavras de Ana Lúcia e comentou que muitas vezes o pai visita o filho, passando rapidamente na casa da mãe, e tudo de ruim que possa acontecer “culpam a mãe solo”, que cria o filho sozinha.

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 Em 23.04.2024.