Elaine Cristina ressalta projeto de lei

A vereadora Elaine Cristina (PSOL) discutiu, na tribuna da Casa de José Mariano, o projeto de lei de sua autoria, número 285/2023, que institui o “Dia Municipal de Conscientização sobre o Uso da Maconha Medicinal” no Calendário Oficial de Eventos do Município do Recife. A pedido da autora, a matéria foi retirada de pauta e voltará à votação em outra reunião plenária.

“Eu acho muito importante trazer para a Casa essa pauta porque a gente precisa desmistificar esse preconceito. Eu já fui uma proibicionista, mas quando eu soube dos benefícios que a maconha traz, que ela salvou a vida e deu qualidade de vida ao meu filho, eu comecei a militar em 2015", afirmou a parlamentar. "Os vereadores Tadeu Calheiros (MDB), Fred Ferreira (PL), Alcides Cardoso (PL), Felipe Alecrim (Novo), Doduel Varela (PSD), Davi Muniz (PSD) e Luiz Eustáquio (PSB) disseram que se eu mudasse a nomenclatura, eles votariam a favor. A maconha não é porta de drogas para ninguém. A pessoa entra na droga porque quer”.

A parlamentar enalteceu que a criação do Dia Municipal da Maconha Medicinal era para reconhecer a relevância do acesso à cannabis como um meio terapêutico. “Mas, também, inspirar ações em nosso município pela defesa dos pacientes que necessitam desse recurso para melhorar sua qualidade de vida. Eu convido os vereadores a conversarem com médicos prescritores e desmistificar um pouco sobre a cannabis. O projeto é importante para o reconhecimento do poder medicinal que a maconha exerce na garantia da qualidade de vida das pessoas”.

No aparte, o vereador Ivan Moraes (PSOL) parabenizou Elaine Cristina pela proposição, citou que uma outra iniciativa está tramitando na Casa e ressaltou que era importante o conhecimento da matéria a ser votada. “Meus parabéns pela iniciativa tão importante e lembro que nessa Câmara tem um projeto de lei importantíssimo que regulamenta a distribuição de medicamentos feitos à base de cannabis. A gente está falando de uma planta que seria disponível no SUS da nossa cidade. É uma medida que já vem sendo tomada por governos do Brasil inteiro, tanto da esquerda como na direita e nós não estamos falando de uma pauta ideológica. Nós estamos falando de uma pauta científica. Como diria a Bíblia:  Conhecereis a verdade e ela vos libertará. Então torço para que as pessoas que vivem na escuridão da ignorância possam conhecer a verdade, dando início a um processo de libertação que vai atingir a todos nós”.

Rinaldo Junior (PSB) enfatizou que votaria favorável ao projeto de Elaine Cristina e defendeu o adiamento da discussão. “Seja maconha ou cannabis, eu votarei favorável. Porém, é importante a gente registrar que Vossa Excelência é mãe atípica e sabe da importância desse medicamento. Inclusive, eu já fui usuário desse medicamento e me curei depois de ter tentado várias alternativas quando eu peguei a chicungunha. Como líder do PSB, eu vou conversar nos bastidores e eu tenho certeza absoluta de que todos, inclusive os conservadores que defendem a pauta conservadora, sabem que tem muitas crianças que precisam desse medicamento. É importante o adiamento desse projeto para readequá-lo. Em consulta ao líder da oposição, ele informou que a oposição está certa de votar depois da mudança de [do termo] ‘maconha’ para ‘cannabis’”.

Já Luiz Eustáquio (PSB) explicou que viu muitas pessoas morrerem por causa das drogas. “Já perdi um irmão de criação para a violência da droga e a droga naquela época mais usada era a maconha. Existe um movimento Internacional que defende a legalização da maconha para uso recreativo que está ganhando milhões e milhões de dólares.  Então quando a vereadora fala que vai manter o nome, estamos votando numa apologia a uma luta que nós temos contra as drogas. Eu defendo aqui contra qualquer droga, porque a droga faz mal à saúde, faz mal às pessoas, faz mal à sociedade e faz mal às famílias. Ninguém aqui é contra a questão do medicamento. Sou a favor da vida e seria incoerência da minha parte se eu fosse contrário a um medicamento agora”.

Em resposta, a vereadora Elaine Cristina disse que não fazia apologia. “Eu estou trazendo aqui fatos reais. Vamos começar a estudar mais um pouco porque seria bem importante, até para abrir um pouco a nossa mente. Estudar é importante para se conhecer o que a gente está defendendo”, ressaltou a parlamentar. Ela explicou que fazer apologia seria defender, justificar ou elogiar o uso da maconha para fins recreativos, e não era isso que ela estava fazendo. A questão do seu projeto de lei diz respeito ao uso medicinal da maconha.

Clique aqui e assista a matéria do TV Câmara do Recife.

Em 22.04.2024