Câmara Municipal cria Medalha para homenagear patrono

Dentro das comemorações do centenário da morte do abolicionista José Mariano, patrono da casa legislativa, a Câmara Municipal do Recife vai homenagear este ano as pessoas físicas e jurídicas que tenham prestado relevantes serviços ao município. A comenda foi instituída pela Mesa Diretora, através do Decreto Legislativo número 13/2012, e será concedida a personalidades indicadas pelos vereadores. Os nomes, porém, precisarão ser examinados por uma comissão especial formada por cinco membros e depois homologados pelo presidente da Câmara, vereador Jurandir Liberal (PT).

O que distingue essa medalha de outra já existente, a Medalha do Mérito, é que a mais recente será entregue somente este ano, numa edição especial comemorativa da morte de José Mariano, embora tenha o mesmo objetivo de reconhecer as pessoas que estejam ajudando a melhorar a qualidade de vida da cidade ou que tenha dado contribuições com trabalhos nos diversos setores sociais. A medalha do centenário da morte do abolicionista será entregue em conjunto, numa única reunião solene, na Câmara Municipal, no dia oito de junho deste ano.

A edição da medalha comemorativa terá 150 unidades. Ela terá a forma de um círculo, em metal dourado, com 60 mm de diâmetro e quatro milímetros de espessura. Ela conterá as informações da homenagem do cenetnário de morte de José Mariano e as datas 8 de junho de 1912 (dia da morte) e 8 de junho de 2012 (dia do centenário), ao lado da frase: “Símbolo da Liberdade”. Juntamente com ela será entregue um diploma contendo os brasões do município do Recife, o nome do agraciado, data, e assinatura do presidente da Câmara.

José Mariano Carneiro da Cunha  nasceu no dia oito de agosto de 1850, na casa-grande do Engenho Caxangá, no distrito de Ribeirão, na época pertencente ao município de Gameleira, na zona da Mata.  Veio morar no Recife, ingressou na Faculdade de Direito e se formou  em 1870, na mesma turma de Joaquim Nabuco. Mariano e Nabuco foram amigos e, juntos, tomaram a frente  do movimento abolicionista em Pernambuco.

 Ele fundou o jornal A Provincía, que sustentou  durante 15 anos. Agregado ao Partido Liberal,  foi eleito deputado geral em 1878.  Em 1884  ele  e Joaquim Nabuco participaram  da Associação Emancipatória   Clube do Cupim – que alforriava, defendia e protegia  os escravos. Quando a República foi  proclamada, José Mariano, Martins Júnior e outros grandes pernambucanos figuraram entre os construtores do novo Regime.  Por isso, Mariano está entre os deputados à Constituinte, em 1890.

Em 1891 o poder legislativo no Recife foi transformado em Conselho de Intendência Municipal e José Mariano foi eleito conselheiro, sendo assim o primeiro  prefeito eleito  do Recife.  Por suas posições políticas chegou a ser preso  pouco tempo depois  trancafiado na Fortaleza do Brum, sob acusação de pactuar com a revolta  armada. Mesmo assim, foi eleito deputado e teve de ser solto para  assumir a cadeira. Em 24 de abril de  1898 morreu Dona Olegarinha, sua esposa e ele se retira das lutas políticas. Voltou posteriormente a atuar, sendo eleito deputado federal em 1912. Foi nesse mesmo ano que morreu, no Rio de Janeiro, que era a Capital Federal. Seu corpo foi embalsamado e trazido para o Recife. Está sepultado no cemitério de Santo Amaro, em frente ao túmulo de Joaquim Nabuco.

 

 

Em 10.04.2012, às 12h30.