Luiz Eustáquio debate o Plano Municipal de enfretamento às drogas

Militante do enfrentamento às drogas no Recife, principalmente à proliferação do crack, o vereador Luiz Eustáquio (PT) promoveu audiência pública, nesta quinta-feira, 21 de maio, para promover um debate sobre “As Ações do Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras Drogas”. O seu objetivo foi tomar conhecimento das ações que vêm sendo realizadas pelo Poder Executivo municipal e as ações que precisam de avanços relacionados ao enfrentamento ao crack no Recife, bem como as ações previstas a serem realizadas.

O Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras Drogas foi elaborado pelo prefeito Geraldo Júlio no decorrer do ano de 2013 e a meta é promover a qualificação e a ampliação do atendimento da rede de assistência social com várias ações previstas, dentre elas a implantação de núcleos do Programa Atitude Municipal, ampliação dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), aumento do número de Centros de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS) e a construção de Centros POP para pessoas em situação de risco e vulneráveis inclusos no plano, além de ações básicas para prevenção, combate e tratamento.

 

Para debater o assunto,o vereador Luiz Eustáquio convidou á mesa a secretária de

Enfrentamento  ao Crack e Outras Drogas, Aline Mariano; o procurador-geral de Justiça

do Ministério Público estadual, promotor Alfredo Ribeiro; a gerente-geral de Atenção

Integral à Saúde, da Secretaria de Saúde, Mônica Vasconcelos; a secretária Executiva da

Mulher, Maria da Conceição Costa e a representante da secretaria de Desenvolvimento

e direitos Humanos, Fernanda Carvalho. “Nosso obvjetivo é saber o que aconteceu, no

setor, desde o lançamento até agora”, explicou o vereador.

 

Maria da Conceição Costa disse que “a Secretaria da Mulher tem como ação integrar o

Plano Municipal, inclusive na formação de técnicos para conscientização nos centros que trabalham com a questão da mulher, como o Clarice Lispector e o Júlia Santiago”. Ela negou que esteja havendo um “feminicídio” no uso do crack, que significaria um aumento do uso dessa drogas entre as mulheres. “Nós trabalhamos com o levantamento feito pela Fiocruz e portanto não podemos dizer que está havendo uma epidemia entre as mulheres. Mas, podemos sim, dizer que há uso abusivo. É um problema a ser enfrentado”, disse.

 

Mônica Vasconcelos elencou as ações realizadas no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo ela foram inaugurados dois serviços CAPs AD 24 horas (Centro de Ação Psicossocial para Álcool e Outras Drogas) e um terceiro está em processo de requalificação; estão em funcionamento três unidades de acolhimento; há duas equipes de consultórios na rua e outras seis equipes de rua. “Além disso, estava previsto no Plano Municipal a ampliação de quatro para 24 leitos hospitalares para internamento de dependentes químicos. Hoje, são 24 leitos, quatro a mais do que o previsto. Dez estão no IMIP e os outros 14 no Hospital Evangélico”, afirmou. Ela acrescentou que outros CAPs 24 horas não foram criados por falta de imóveis que se encaixem dentro das exigências técnicas para as terapias. “Ainda assim, alugamos um imóvel esta semana para funcionar como unidade para acolhimento e tratamento intensivo, no distrito 6, com perfil masculino adulto”, garantiu.

 

Fernanda Carvalho explicou que a interface da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos no Plano de Combate ao Crack é feita nos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) e Centros de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS), fortalecendo as equipes para ampliar a rede de combate á droga, além de atuar com os funcionários da Secretaria da Saúde nas ações dos programas consultório na rua e consultório da rua. “Além disso, todas as quintas-feiras, nós atuamos em conjunto com o IASC (Instituto de Assistência Social e Cidadania) , articulando e acompanhando os casos”, disse. Ela acrescentou que a Casa de Passagem, o Menina Mulher e o Instituto Flau trabalham com crianças e adolescentes em situação de risco. “A meta é aumentar o número de casas de acolhimento”, afirmou, em resposta aos questionamentos feitos pelo vereador Luiz Eustáquio. “Se as casas de acolhida não existem em número suficiente ou se elas não têm eficácia, talvez seja indicativo de que é algo que precisa mudar. Há denúncias de que traficantes chegam até às portas dessas casas de acolhida”, criticou o vereador.

 

A audiência pública funcionou como oportunidade para que a Secretária de

Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, Aline Mariano, apresentasse à sociedade, pela primeira vez, os seus planos á frente da pasta que assumiu no dia dois de abril deste ano. “A Secod irá trabalhar em três eixos de ação. O primeiro é a prevenção, mas também estaremos atuando no tratamento e na ressocilização de jovens”, disse. Na área de prevenção serão três projetos prioritários. Dentro dele está o Recife Previne, que é uma ação de rua, que utilizará seis unidades móveis, com técnicos que irão às comunidades oferecer palestras, filmes e debates. O Projeto Foco vai oferecer cursos de qualificação de agentes para institucionais. O projeto Fábrica Cultural, que aproveitará o já existente Projeto Fábrica, que usa uma metodologia artistica para formar agentes de redução de danos.

 

O segundo eixo da ação que Aline Mariano pretende implementar é o Tratamento, que

também tem três projetos. O Atitude Municipal copiará uma experiência estadual, no

âmbito do Recife, com centros de acolhimentos; o Convênio com Entidades

Terapêuticas, como o nome diz, vai estabelecer parcerias com entidades que já

trabalham com o enfrentamento ás drogas; e o Ponto de Cidadania é uma ação integrada

com o estado para atender à população frequentadora da Avenida Arthur Lima

Cavalcanti (Ponte do Limoeiro) e entorno. O terceiro e último eixo da Secretária de

Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas é o Recomeçar, um trabalho de inserção produtiva e ressocialização para retirada dos usuários da zona de risco.

 

 

Em 21.05.2015, às 13h37.