Nação Porto Rico recebe homenagem na Câmara

Os tambores soaram fortes anunciando que a Nação Maracatu Porto Rico está com cem anos de glórias e de muita luta para sobreviver. Soa estranho que um grupo que é pura expressão de cultura popular tenha dificuldades. Mas tem. Até hoje luta para ser reconhecido como Patrimônio Imaterial e ainda não conseguiu. Quem é de luta não desiste nunca. Nesta terça-feira 23, receberam homenagem prestada pelo vereador Aerto Luna (PRP). O parlamentar foi representado, porque estava em viagem inadiável, pelo presidente da Câmara do Recife, vereador Vicente André Gomes (PSB). Em discurso emocionado pela causa negra no país, Vicente lembrou as oligarquias pernambucanas fizeram sucumbir muitos desses grupos remanescentes de quilombos.

Ele disse que o avô dele que era negro e de origem baiana veio para o Recife e ajudou no resgate dessa agremiação, que passou a se fixar no bairro de Água Fria e hoje está no Pina. “Só quem acompanha esses grupos sabe a luta deles para se apresentarem no carnaval. O verdadeiro movimento revolucionário foi feito por Zumbi, no Quilombo do palmares. Não reconheço a abolição realizada pela princesa Isabel por interesse de Portugal. Estou honrado e satisfeito em substituir o colega Aerto Lima. Homenagear os 100 anos dessa agremiação é uma honra”.

Elda Viana,  Rainha e presidente do Grupo Cultural Tambores de Ogun, recebeu flores e uma placa comemorativa dos cem anos. O mestre Chacon falou em nome do grupo lembrando que a comunidade hoje não é só do Pina mas do mundo. Agradeceu o carinho e responsabilidade em manter essa tradição. “Acho que já está na hora de olharem mais para esses grupos existentes para que sejam valorizados. Os governantes não enxergam que o maracatu está no mundo inteiro. Lutamos para ser Patrimônio Imaterial e não conseguimos”.

 

Em 23/08/2016 às 17h13.