TV Câmara exibe série sobre José Mariano
A série reconta a trajetória de José Mariano e sua luta pela libertação dos escravos. Segundo Catarina Ramalho foi feito intenso trabalho de pesquisa histórica para relembrar os principais episódios da vida desse libertário. “Além de voltar em locais que ele frequentava, fomos buscar relatos de historiadores pernambucanos que conhecem bem os fatos que envolveram a vida de José Mariano. Ele certamente pode ser colocado na galeria de heróis de nossa história”.
Catarina Ramalho conta que a primeira parte da série retrata o movimento abolicionista e o engajamento dele na luta pela libertação dos escravos, com depoimentos do historiador Humberto França e do escritor e pesquisador Leonardo Dantas. A segunda parte retrata as marcas de José Mariano na cidade, o que ficou dele fisicamente no Recife, como nome de rua, local onde está enterrado, escola com o nome dele. A terceira, fala do José Mariano político e a razão dele ter sido escolhido como patrono da Câmara do Recife, através de depoimentos do decano Liberato Costa Junior (PMDB) e do presidente da Casa, Jurandir Liberal (PT).
José Mariano Carneiro da Cunha nasceu no dia oito de agosto de 1850, na casa-grande do Engenho Caxangá, no distrito de Ribeirão, na época pertencente ao município de Gameleira, na zona da Mata. Veio morar no Recife, ingressou na Faculdade de Direito e se formou em 1870, na mesma turma de Joaquim Nabuco. Mariano e Nabuco foram amigos e, juntos, tomaram a frente do movimento abolicionista em Pernambuco.
Ele fundou o jornal A Provincía, que sustentou durante 15 anos. Agregado ao Partido Liberal, foi eleito deputado geral em 1878. Em 1884 ele e Joaquim Nabuco participaram da Associação Emancipatória Clube do Cupim – que alforriava, defendia e protegia os escravos. Quando a República foi proclamada, José Mariano, Martins Júnior e outros grandes pernambucanos figuraram entre os construtores do novo Regime. Por isso, Mariano está entre os deputados à Constituinte, em 1890.
Em 1891 o poder legislativo no Recife foi transformado em Conselho de Intendência Municipal e José Mariano foi eleito conselheiro, sendo assim o primeiro prefeito eleito do Recife. Por suas posições políticas chegou a ser preso pouco tempo depois trancafiado na Fortaleza do Brum, sob acusação de pactuar com a revolta armada. Mesmo assim, foi eleito deputado e teve de ser solto para assumir a cadeira. Em 24 de abril de 1898 morreu Dona Olegarinha, sua esposa, e ele se retira das lutas políticas. Voltou posteriormente a atuar, sendo eleito deputado federal em 1912. Nesse mesmo ano ele morreu no Rio de Janeiro, então Capital Federal. Seu corpo foi embalsamado e trazido para o Recife. Está sepultado no cemitério de Santo Amaro, em frente ao túmulo de Joaquim Nabuco.
Em 05.06.2012, às 16h40