TV Câmara exibe série sobre José Mariano

Dentro das comemorações do centenário da morte do abolicionista José Mariano, patrono da casa legislativa, a Câmara do Recife vai homenagear este ano as pessoas físicas e jurídicas que tenham prestado relevantes serviços ao município. A comenda foi instituída pela Mesa Diretora, através do Decreto Legislativo número 556/2012, e será concedida a personalidades indicadas pelos vereadores. Também faz parte das comemorações uma série de três reportagens especiais, a ser exibida a partir de amanhã, quarta-feira 6, no programa TV Câmara do Recife, que vai ao ar pela TV Universitária, diariamente às 7.30 horas. A série tem edição e reportagem da jornalista Catarina Ramalho, apresentação da jornalista Mack Costa e direção geral da jornalista Edén Pereira.

A série reconta a trajetória de José Mariano e sua luta pela libertação dos escravos. Segundo Catarina Ramalho foi feito intenso trabalho de pesquisa histórica para relembrar os principais episódios da vida desse libertário. “Além de voltar em locais que ele frequentava, fomos buscar relatos de historiadores pernambucanos que conhecem bem os fatos que envolveram a vida de José Mariano. Ele certamente pode ser colocado na galeria de heróis de nossa história”.

Catarina Ramalho conta que a primeira parte da série retrata o movimento abolicionista e o engajamento dele na luta pela libertação dos escravos, com depoimentos do historiador Humberto França e do escritor e pesquisador Leonardo Dantas. A segunda parte retrata as marcas de José Mariano na cidade, o que ficou dele fisicamente no Recife, como nome de rua, local onde está enterrado, escola com o nome dele. A terceira, fala do José Mariano político e a razão dele ter sido escolhido como patrono da Câmara do Recife, através de depoimentos do decano Liberato Costa Junior (PMDB) e do presidente da Casa, Jurandir Liberal (PT).

José Mariano Carneiro da Cunha  nasceu no dia oito de agosto de 1850, na casa-grande do Engenho Caxangá, no distrito de Ribeirão, na época pertencente ao município de Gameleira, na zona da Mata.  Veio morar no Recife, ingressou na Faculdade de Direito e se formou  em 1870, na mesma turma de Joaquim Nabuco. Mariano e Nabuco foram amigos e, juntos, tomaram a frente  do movimento abolicionista em Pernambuco.

Ele fundou o jornal A Provincía, que sustentou  durante 15 anos. Agregado ao Partido Liberal,  foi eleito deputado geral em 1878.  Em 1884  ele e Joaquim Nabuco participaram  da Associação Emancipatória   Clube do Cupim – que alforriava, defendia e protegia  os escravos. Quando a República foi  proclamada, José Mariano, Martins Júnior e outros grandes pernambucanos figuraram entre os construtores do novo Regime.  Por isso, Mariano está entre os deputados à Constituinte, em 1890.

Em 1891 o poder legislativo no Recife foi transformado em Conselho de Intendência Municipal e José Mariano foi eleito conselheiro, sendo assim o primeiro  prefeito eleito  do Recife.  Por suas posições políticas chegou a ser preso  pouco tempo depois  trancafiado na Fortaleza do Brum, sob acusação de pactuar com a revolta  armada. Mesmo assim, foi eleito deputado e teve de ser solto para  assumir a cadeira. Em 24 de abril de  1898 morreu Dona Olegarinha, sua esposa, e ele se retira das lutas políticas. Voltou posteriormente a atuar, sendo eleito deputado federal em 1912. Nesse mesmo ano ele morreu no Rio de Janeiro, então Capital Federal. Seu corpo foi embalsamado e trazido para o Recife. Está sepultado no cemitério de Santo Amaro, em frente ao túmulo de Joaquim Nabuco.

 

Em 05.06.2012, às 16h40