André Régis comemora 150 anos do Consulado da Alemanha no Recife
Em sinal de reforço dos laços de amizades entre Brasil e Alemanha, a banda do Comando Militar do Nordeste, que se fez presente, executou o Hino Nacional, o da Alemanha, e o da União Europeia. A solenidade foi presidida pelo vereador Eduardo marques (PSB), também presidente da Câmara Municipal do Recife. Uma comissão formada pelos vereadores André Régis, Chico Kiko (PP) e Hélio Guabiraba (PRTB) conduziu ao plenário a cônsul Maria Könning de Siqueira Regueira. A mesa foi formada pelo cônsul de Malta, Thales Castro; a representante do consulado dos Estados Unidos, Caterine Grifthi; e o presidente do Conselho Estadual de Educação, Ricardo Chaves.
Fundado em 20 de junho de 1868, o Consulado Geral da República Federal da Alemanha no Recife teve como o seu primeiro cônsul geral Wilhelm Otto. Desde então, 27 cônsules gerais estiveram na capital pernambucana representando o governo alemão e fortalecendo as parcerias entre o estado de Pernambuco e a Alemanha. Com sede na no bairro de Boa Viagem, atualmente o consulado tem como seu cônsul geral Maria Könning de Siqueira Regueira, primeira mulher a ter assumido a função.
O vereador André Régis lembrou, em seu discurso, que as influências e intenções da Alemanha estão no dia a dia do brasileiro. “Intenções como a simples aspirina, para aliviar a dor de cabeça; o air bag, para proteger em incidentes; o prazer de tomar uma cerveja, a boa música clássica, ouvir o MP3, o livro, a importância da imprensa, a árvore de Natal, a antiga radiola, a bicicleta e a motocicleta, o helicóptero e as turbinas do avião a jato, todas essas coisas são invenções alemãs”, ressaltou.
Para Régis, é motivo de orgulho para uma cidade manter laços estreitos com a Alemanha. “O Recife representa um dos centros consulares do Brasil e sempre teve participação ativa em assuntos internacionais. Surgimos graças à expansão internacional. Esta é uma terra que sempre acolheu bem os estrangeiros, inclusive o alemão”, disse. Ele revelou que a admiração pessoal pela Alemanha vem de 1987, quando ele e os pais viajaram para a Europa, pela primeira vez. “Ao conhecer aquele País me deu vontade de entrar na política para adotar, no Recife, algumas que eram desenvolvidas por lá. Políticas como o apoio à primeira infância e os incentivos à educação”.
A passagem pela Alemanha, segundo André Régis, também foi determinante para suas escolhas ideológicas. “Eu tive a oportunidade de também conhecer a Alemanha Oriental e aquilo me causou uma transformação muito grande. Era um povo dividido por questões políticas e eu pude comparar a diferença entre viver num país democrático e no outro, de regime autoritário. Pude ver a diferença do povo, nas coisas mais simples do dia a dia, vivenciei aquela divisão entre as duas Alemanhas, que foi determinante nas minhas reflexões filosófica e políticas, nas minha escolhas”, assegurou.
A cônsul geral da Alemanha para o Nordeste, Maria Könning de Siqueira Regueira, recebeu um certificado e uma placa comemorativa dos 150 anos da chegada do consulado no Recife. “Ser homenageada nesta casa legislativa é importante porque aponta para a melhoria das relações entre a Alemanha e o Brasil. A amizade dos povos é simbolizada nesta homenagem”. Ela também elogiou o Recife, “uma cidade aberta para o mundo e que confere protagonismo regional ao Estado de Pernambuco. Por isso, pode contribuir nas relações bilaterais do Brasil e Alemanha”, disse.
Ela lembrou que “a Alemanha está há muito tempo no Nordeste do Brasil”. Os primeiros contatos entre aquele País e o Estado de Pernambuco, por exemplo, aconteceram no Período Colonial, através de armadores de navios e comerciantes. Hans Staden foi o primeiro alemão em Pernambuco. Esteve em Olinda, Igarassu e Itamaracá, em 1549. Logo depois, chegaram os comerciantes Marquês de Pombal, Sebald Lins e Arnal de Holanda, patriarca da família Holanda, à qual pertenceu o Conde da Boa Vista.
O alemão mais importante para a História do Brasil foi o príncipe João Maurício de Nassau, natural de Dillenburg, que em 1636 aceitou o convite da Companhia das Índias Ocidentais de vir para o Nordeste do Brasil. A vinda dos primeiros alemães ao Nordeste e o forte contato comercial estabelecido posteriormente foram a base da criação das primeiras representações diplomáticas alemãs no Recife. Os primeiros registros datam de 1827. Com a criação da Confederação da Alemanha do Norte, o consulado foi instaurado, finalmente, em 20 de junho de 1868.
Em 08.08.2018, às 12h45.