12 de outubro: dia de prevenção de gravidez na adolescência

Dia das Crianças e da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, o 12 de outubro pode vir a ser também a data comemorativa da prevenção da gravidez na adolescência no âmbito do município do Recife. Pelo menos é isso que prevê o projeto de lei número 283/2013, que a vereadora Isabella de Roldão (PDT), acaba de dar entrada na Câmara Municipal. A proposta foi distribuída para as comissões de Legislação e Justiça; e Educação, Cultura, Turismo e Esportes, onde será analisada e receberá parecer dos relatores. Se o projeto for aprovado, a data passará a fazer parte do Calendário Oficial do Município do Recife.

A vereadora Isabella de Roldão define gravidez na adolescência a gestação ocorrida em jovens de até 18 anos, que ainda se encontram em pleno desenvolvimento da vida. Esse tipo de gravidez, em geral, no seu entender, não foi planejada e nem desejada e acontece em meio a relacionamentos sem estabilidade. “O excesso de informações e liberdade recebidas por grande parte dos jovens os levam à banalização de assuntos como o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa falta de limite e responsabilidade é um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na adolescência, com impactos profundos na vida do jovem, que fica em situação de vulnerabilidade, uma vez que há comprometimento na saúde, no desempenho escolar e nas oportunidades de formação para o trabalho dos dois adolescentes envolvidos com essa problemática”, comentou a vereadora.

Ela entende que a gravidez na adolescência também é causada pelo afastamento dos membros da família e a desestruturação familiar, seja por separação, seja pelo corre-corre do dia-a-dia. “Os pais estão cada vez mais afastados de seus filhos, concorrendo para dificultar o diálogo entre eles”, disse. Em sua análise, Isabella de Roldão também não poupa as escolas e os sistemas de educação como corresponspáveis pelo problema que atinge milahres de jovens no Brasil. “As escolas estão muito mais preocupados em dar conta das matérias cobradas no vestibular, do que em discutir questões de cunho social. Dessa forma, temas como sexualidade, gravidez, drogas, entre outros, ficam restritos, quase sempre, aos projetos, feiras de ciência, semanas temáticas, entre outras ações pontuais”.

Os governos, por sua vez, disse a vereadora, também se limitam às campanhas esporádicas de conscientização. “Diante dessa realidade o número de pais e mães adolescentes cresce a cada dia e essas vulnerabilidades se sobrepõem, visto que a gravidez na adolescência é um dos fatores contributivos para a perpetuação de ciclos intergeracionais de pobreza e exclusão”, observou.

 

 

Em 11.10.2013, às 11h07.