Câmara aprova reunião pública para tratar de pista de bicicross do Parque da Jaqueira

A importância da pista de bicicross do Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife, será debatida em uma reunião pública a ser realizada no dia 1º de abril, na Casa de José Mariano. A iniciativa partiu da vereadora Jô Cavalcanti (PSOL), que apresentou um requerimento sobre o tema, discutido e aprovado na Câmara Municipal, durante a reunião plenária desta terça-feira (18). Além da parlamentar, o vereador Eduardo Moura (Novo) também ocupou a tribuna para defender o debate.

A pista de bicicross do Parque da Jaqueira tem sido alvo de discussão em razão do projeto que pretende transformar o espaço em uma área destinada a restaurantes, como parte das mudanças introduzidas pela concessão de quatro parques da capital à iniciativa privada. A adoção do novo modelo foi aprovada em 2024 e passou a valer no dia 10 de março deste ano.

Ao discutir o requerimento, Eduardo Moura teceu críticas à concessão e questionou se a mudança vai ser benéfica ao espaço público. Ele destacou que a pista é utilizada também para um projeto social de incentivo ao esporte. “Quando se fala na pista de bicicross do Parque da Jaqueira, para muitas pessoas pode parecer que está se falando apenas de um equipamento que dá acesso a alguns jovens a andar de bicicleta. Só que não é isso que significa aquela pista. Há 40 anos naquela pista acontece um projeto social”, disse. “Ela era aberta ao público. Vão criar restaurantes. Derrubar a pista e fazer restaurantes. Vão ser gratuitos? Vão ser abertos às pessoas? Vão ser restaurantes-escolas, como tem no Senac, por exemplo?”

Em aparte a Moura, o vereador Felipe Alecrim (Novo) disse ser favorável à redução do estado, mas disse que processos como o da concessão dos parques precisam ser transparentes e observar as necessidades de públicos como o de vendedores de frutas que trabalham na Jaqueira. “Essa parceria público-privada deve existir a partir do momento em que haja um benefício objetivo para a população e para os cofres públicos também”.

 A vereadora Jô Cavalcanti compartilhou dos questionamentos e também discutiu o requerimento de número 1.254/2025, de sua autoria. “O nosso questionamento é que a pista é um equipamento que contribui para a formação de atletas e mesmo assim será destruída para dar lugar a um restaurante. Na região do parque tem vários restaurantes e mesmo assim a pista vai ser substituída para dar lucro a uma empresa privada”.

A vereadora Kari Santos (PT) pediu aparte e disse que é contrária à privatização de todos os parques municipais do Recife. “Precisamos fazer uma discussão sobre a destruição da pista, pois ela tem uma função social. Lá, funciona um projeto que é tocado há 40 anos por seu Gilson, que é a formação de atletas”. O vereador Alef Collins (PP), por sua vez, criticou a gestão pública pela privatização dos parques e convidou os parlamentares para a audiência pública que realizará, através do seu mandato, no dia 9 de abril, para debater o tema.

Já a vereadora Liana Cirne (PT)  lembrou que, quando a privatização dos parques públicos esteve em pauta na Câmara do Recife, no ano passado, apenas o PT e o PSOL foram contrários à proposta. “Agora, a direita e a extrema direita fazem crítica à privatização, mas foi favorável à privatização anteriormente. Portanto, somente o PT e o PSOL têm competência para questionar a privatização”, disse.

Além do requerimento de número 1.254/2025, a vereadora Jô Cavalcanti também debateu outro, de sua autoria, o de número 1.049/2025. Através da proposta, ela dirige indicação ao prefeito João Campos (PSB) para determinar a reforma da rede elétrica do “Espaço Sempre Viva”, anexo ao Mercado de Casa Amarela, no bairro de Casa Amarela. “A reforma é urgente, pois ela causa problemas financeiros para os locatários e também traz risco para a estrutura do mercado. Já houve uma tentativa de reparo, mas o problema persiste”, anunciou.

Clique aqui e assista a reportagem do TV Câmara do Recife.

Clique aqui e assista ao pronunciamento do vereador Eduardo Moura.

Clique aqui e assista ao pronunciamento da vereadora Jô Cavalcanti.

Em 18.03.2025