Câmara do Recife aprova relatório com a prestação de contas da Secretaria da Saúde
A secretária de Saúde, Luciana Albuquerque, e oito secretários executivos e gerentes da pasta municipal participaram através de videoconferência da audiência pública, que foi conduzida pelo vereador Tadeu Calheiros (MDB), presidente da Comissão de Saúde; e contou com a participação da vereadora Flávia de Nadeji (PV), Zé Neto (PSB) e Alef Collins (PP). O relatório é referente aos meses de setembro a dezembro, os últimos da primeira gestão do prefeito João Campos. O documento expôs uma avaliação dos resultados das ações previstas na Programação Anual de Saúde (PAS) 2024, oriunda do Plano Municipal de Saúde 2022-2025, composto pelas Diretrizes, Objetivos e Metas.
Na avaliação do quadro sanitário e epidemiológico, o Recife apresentou um perfil marcado pela conjunção da alta prevalência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes e permanência de um número significativo de doenças infecciosas e transmissíveis como tuberculose, hanseníase e sífilis. Outro grande desafio apresentado no período foi o enfrentamento às arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, a Dengue, Zika e Chikungunya, e mais recentemente, à covid-19.
Para enfrentar os problemas de saúde, de acordo com o relatório, o Recife dispõe de uma Atenção Básica, que é a porta de entrada prioritária do Sistema Único de Saúde, composta por 138 unidades de saúde da família, 370 equipes de saúde da família, juntamente com 308 equipe de saúde bucal e 31 equipes de agentes comunitários de saúde e uma Central de Vacinação, responsável pela logística de distribuição para 172 unidades de saúde. Outro dado apresentado diz respeito aos serviços que fazem o acompanhamento de gestantes, puérperas e crianças pelos 24 espaços Mãe Coruja Recife.
A rede dispõe ainda de 20 equipes multiprofissional, 43 polos da Academia da Cidade, cinco equipes de Consultório na Rua, entre outros. O Relatório diz, ainda, que o Recife possui também 19 Unidades Básicas Tradicionais, que oferecem atendimento básico em Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia, e serviços como curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, e encaminhamento para outras especialidades, e fornecimento de medicação básica.
De acordo com o relatório, a produção das Unidades Básicas Tradicionais da Atenção Básica, na rede do município, no período de janeiro a dezembro de 2024, registradas no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), foram realizados um total de 899.379 procedimentos. O grupo de procedimentos clínicos somou 556.064 (61,8%) procedimentos, seguido dos procedimentos com finalidade diagnóstica com 193.738 (21,5%), das ações de promoção e prevenção em saúde com 147.246 (16,4%) e por último, o grupo de procedimentos cirúrgicos com 2.331 (0,3%) registros.
Os principais procedimentos registrados nas Unidades de Saúde da Família, foram: consulta médica em atenção primária (1.037.590), seguido da aferição de pressão arterial (520.970) e consultas de profissionais de nível superior na atenção primária (exceto médico) com 447.777 procedimentos. Foram registrados também 233.749 avaliações antropométricas e 163.619 coletas de material para exame laboratorial.
No mesmo período de janeiro a dezembro de 2024, foram realizados 540.307 procedimentos ambulatoriais. A maior produção registrada no período em análise foi a do grupo de procedimentos clínicos com 403.405 (74,7%) atendimentos, seguido do grupo de procedimentos com finalidade diagnóstica com 135.045 (25,0%) e de transplantes de órgãos, tecidos e células com 806 registros (0,15%). Do total de todos os procedimentos realizados, o de maior registro foi o atendimento de urgência em atenção especializada (95.793), seguido da administração de medicamentos na atenção especializada (84.733) e consulta de profissionais de nível superior na atenção especializada – exceto médico (72.713).
Ao analisar a apresentação dos dados, o vereador Tadeu Calheiros destacou pontos positivos e negativos do relatório. Ele agradeceu pela objetividade do trabalho e destacou que entre os pontos positivos do documento estão: ampliação da cobertura vacinal de 59% para 62%, com aumento de mais 100% da meta proposta; vacinação da covid-19 em 100%; queda da mortalidade de doenças do aparelho respiratório e cadastramento de proposta para o fundo municipal de saúde.
“Porém, temos alguns pontos que ainda não foram cumpridos e precisam ser avançados”, disse, citando a ampliação do programa Academia da Cidade (a meta eram 3 novos polos e só houve implantação de 2); índices preocupantes de doenças infecciosas e transmissíveis; necessidade de nomeação de profissionais de saúde; implantação de um centro de especialidades odontológicas e unidade odontológica móvel, entre outros.
Clique aqui e assista a audiência pública de Saúde.
Em 25.03.2025.