Pedido de prisão preventiva de ex-presidente gera debate no plenário
A vereadora justificou que ao fazer o pedido de prisão preventiva se baseou na convocação das manifestações realizadas no final de semana, em defesa da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Liana Cirne assegurou que o ex-presidente incentivou ataques à democracia brasileira e às instituições, justamente às vésperas do julgamento, no STF, que ocorrerá no dia 25. O julgamento é para admissão da denúncia contra o ex-presidente e demais envolvidos nos atos de vandalismos, invasões e depredações do patrimônio público em Brasília.
“Nós assistimos, ontem, a todo tipo de depoimento entre as 18 mil pessoas presentes no ato realizado em Copacabana (Rio). Muitas pessoas disseram até que esperavam a convocação para um golpe e que estavam prontas para tudo. Ou seja, os atos pela anistia dos condenados foi um ato que ocorreu poucos dias antes de 25 de março, para julgamento da admissibilidade da denúncia. O ato foi também uma coação no curso do processo. Esse é um delito previsto no Código Penal. Ele também prevê a intimidação do magistrado pela aplicação da pena. O outro [crime] é incitação à pratica de crime contra o estado de direito. E é claro o delito de obstrução de justiça”.
O vereador Gilson Machado Filho (PL) pediu aparte. Ele afirmou que esteve na manifestação realizada ontem no Rio de Janeiro havia mais gente do que foi divulgado pela imprensa. “A PM do Rio disse que tinha mais de 400 mil pessoas. Era um mar de gente, em todos os lados. E isso deixa a esquerda indignada. Por isso, eu digo: tragam o presidente Lula para a feira de Caruaru e para Santa Cruz do Capibaribe, para ver a recepção”. Ele acrescentou que um dado citado pela vereadora Liana Cirne, de que Bolsonaro tem 26 milhões de seguidores nas redes sociais, “também incomoda”.
A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) também aparteou Liana Cirne e disse que o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro era “uma inciativa importante”. Ele também afirmou que é contra a anistia para as pessoas que participaram dos atos de 8 de janeiro. “Essas pessoas estão pagando por um erro dele [de Bolsonaro], que na época correu para os Estados Unidos”.
Quando retomou o discurso, Liana Cirne fez uma diferenciação da anistia que foi dada aos presos e exilados políticos da ditadura militar em relação às pessoas que foram condenadas pela participação no 8 de janeiro. “As pessoas presas na ditadura estavam sendo torturadas e não eram submetidas a julgamentos. Eram civis que sequer tinham direito a julgamento e defesa. No caso das pessoas do 8 de janeiro, elas tiveram direito a advogado, defesa e recursos. São pessoas que foram condenadas porque atentaram contra a democracia; e ainda dizem que estão disponíveis para uma intervenção militar”.
Clique aqui e assista ao pronunciamento da vereadora Liana Cirne.
Em 17.03.2025.