Autismo, fibromialgia e Grupo Mulher Maravilha: requerimentos aprovados na Câmara
O primeiro requerimento debatido foi o número 1377/2025, concedendo voto de aplausos e congratulações ao Grupo Mulher Maravilha (GMM) “por seus 50 anos de contribuição para a promoção dos direitos das mulheres pernambucanas, em especial das moradoras de Nova Descoberta”, bairro da Zona Norte do Recife. De acordo com Liana Cirne, o coletivo foi fundado em 1975 e nasceu como movimento contestatório à ditadura militar de 1964.
“Na época da fundação, muitas dessas mulheres que formam o GMM estavam com os seus maridos presos pela ditadura. Elas se organizaram, numa luta de longos anos. A igreja católica foi fundamental na formação do grupo e até hoje a igreja é sentida. A partir daí veio a consciência política do que é ser mulher. Hoje, elas atuam em áreas de costura, culinária, artesanato, e sempre promovem a educação cidadã, formação política e crítica”, disse a vereadora.
O primeiro nome do coletivo foi Grupo de Mulheres de Nova Descoberta e, de acordo com Liana Cirne, mudou para Mulher Maravilha por causa do seriado da década de 1970, que tinha uma heroína com superpoderes, que enfrentava injustiças. A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) pediu aparte e parabenizou Liana Cirne “pelo reconhecimento a essas mulheres”. Ela disse que “não se pode falar do bairro sem fazer referências ao grupo. “Elas construíram essa rede de atuação e saúdo dona Lourdes, que está à frente da luta, nas trincheiras da democracia”.
Os outros votos de aplausos, que são os de números 1475/2025, 1648/2025, 1649/2025 e os de números 1904/2025 a 1913/2025, são destinados a militantes da causa do autismo. “Amanhã é dia dois de abril, Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Hoje, quando falamos sobre o autismo, as pessoas já sabem que existe essa realidade, embora não saibam ainda o que o transtorno significa. Hoje, vivemos uma situação quase inversa a que criou o Dia Mundial. Antes não se ouvia falar sobre o autismo. Hoje, elas dizem: tudo é autismo, autismo é moda. É um preconceito às avessas. É preciso que levem o autismo a sério, pois traz muito sofrimento tanto para a pessoa, quando para suas famílias”.
Pessoas com fibromialgia - A vereadora Liana Cirne voltou à tribuna da Casa para discutir outros três requerimentos também de sua autoria, desta vez, sobre pessoas com fibromialgia. Os requerimentos foram o nº 1.349/2025, dirigido à Empresa Pernambucana de Transporte Coletivo Intermunicipal (EPTI) para garantir aos pacientes com fibromialgia o passe livre para gratuidade no transporte intermunicipal; o nº 1.350/2025, dirigido ao diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para incluir pacientes com fibromialgia no programa Passe Livre, que garante gratuidade no transporte interestadual; e o nº 1.351/2025, com um apelo à Secretaria-Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED) para reduzir os custos dos preços dos medicamentos básicos e necessários para tratamento da fibromialgia.
Segundo a parlamentar, os pedidos foram encaminhados ao seu gabinete por intermédio da ONG Fibromialgia Para Todos Pernambuco, que luta pelo direito das pessoas com fibromialgia. “A fibromialgia é uma condição crônica e debilitante que acomete uma parcela significativa da população mundial, caracterizando-se por dor generalizada. Ela tem dificuldades no diagnóstico e no tratamento, não há exames precisos que indiquem se a pessoa é portadora de fibromialgia ou não. O seu diagnóstico é realizado exclusivamente por meio de avaliação clínica”, destacou.
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Clique aqui e assista ao pronunciamento da vereadora Liana Cirne sobre as homenagens.
Em 01.04.2025