Vereadores debatem moção de apoio à PEC 8/2025
Após os debates, o requerimento - que também distinguiu a deputada Erika Hilton, com voto de aplauso - foi aprovado com votos contrários de cinco vereadores. “Trabalhar seis dias por semana e folgar um é desumano”, disse Cida Pedrosa, acrescentando que muitos trabalhadores das grandes cidades passam até quatro horas dentro de um ônibus para se deslocar aos seus locais de trabalhos. De acordo com a vereadora, a mulher trabalhadora é quem mais sofre, pois além da jornada de trabalho, ainda têm que realizar os serviços de casa.
“Reduzir a jornada de trabalho é uma pauta da família, que não está se encontrando mais. E quando se encontram, a violência de gênero aumenta em virtude do estresse”, disse Cida Pedrosa. Ao todo foram debatidos 13 requerimentos de sua autoria, todos com votos de aplausos. Além do 1462/205, foram debatidos os de números 2381/2025, 2382/2025, 2481/2025, 2483/2025, 2571/2025, 2572/2025, 2573/2025, 2978/2025, 2982/2025, 2983/2025, 984/2025 e 2985/2025.
A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL) defendeu, na tribuna da Casa de José Mariano, o requerimento 1462/2025 e enalteceu que o tema da redução da jornada de trabalho para quatro dias por semana está sendo debatido por todas as Casas Legislativas.
“Eu quero parabenizar a vereadora Cida Pedrosa por essa moção à PEC 8/2025. Essa proposta representa um avanço e representou uma mudança no paradigma e de um novo jeito de pensar sobre a questão do trabalho. É garantir essa dignidade para esses trabalhadores e trabalhadoras que fazem uma escala exaustiva de 6X1. Os partidos do centrão e da extrema direita também vêm discutindo essa redução de trabalho por entender que é uma pauta da classe trabalhadora. E essa construção coletiva precisa estar presente não só na Câmara dos Deputados, mas também na Assembleia Legislativa e aqui na Câmara Municipal. A população está cansada de viver só de trabalho”.
Ao também discutir a moção de apoio à PEC 8/2025, o vereador Gilson Machado Filho disse ser contrário à medida pois “se isso for passado, não vai ser o empresário que vai quebrar, e sim o país”. Ele pontuou não ser favorável a uma escala “tão exaustiva” de trabalho, mas que defende que o trabalhador ganhe referente ao que ele trabalha. “A realidade é que o preço de vida de todos vai aumentar, porque o empresário vai ter que contratar mais gente e o custo vai para o consumidor final. Isso não é uma medida visando melhoria do cidadão, e sim uma pirotecnia política para colocar a população contra os empresários”, afirmou.
Em aparte, o vereador Rinaldo Junior informou que discute e defende a redução de trabalho sem redução salarial há mais de 20 anos. “Falar que ‘se isso [a PEC] passa o Brasil quebra’ é uma falácia. Disseram isso quando foi criado o 13º salário, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e quando foi criado o descanso semanal remunerado. Disseram a mesma coisa e o país não quebrou. O trabalhador que tem tempo para a família acaba consumindo mais e a indústria vai continuar tendo o seu lucro”, disse.
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Em 28.04.2025.