“Pelo Fim do Genocídio Palestino” é tema de reunião pública
A vereadora Cida Pedrosa fez questão de destacar o valor da união, da luta pela paz e afirmou que a guerra é um holocausto. “O lugar de nossa fala é o lugar da libertação dos povos. Então, essa luta é nossa porque acho que todas e todos nós que estamos aqui somos universalistas porque entendemos que a luta é universal. Essa guerra é um holocausto. E não é considerada como uma guerra. Porque só existe guerra quando existem dois exércitos perfilados. Mas, nós temos uma Israel extremamente bélica, que vende tecnologia de guerra para o mundo e, do outro lado, um povo oprimido, dentro das suas próprias terras, que a cada dia perde mais território”.
A vereadora Kari Santos salientou que a reunião pública representa um grande valor para a sociedade porque a questão do genocídio do povo palestino deve ser de fato discutida e pontuou que o evento é muito simbólico para a capital pernambucana. “A cidade do Recife é a segunda cidade do Brasil com maior concentração do povo palestino. Então, a gente está aqui para poder ocupar a Câmara, junto com as demais vereadoras, e poder denunciar o genocídio do povo palestino. Um dia histórico e o povo da nossa cidade precisa entender esse grande massacre, onde muitas mulheres, crianças e idosos estão morrendo".
Representando a vereadora Jô Cavalcanti, a chefe de gabinete Vitória Genuíno disse que a causa e a solidariedade à Palestina são essencialmente feministas. “Não por acaso, essa reunião pública foi convocada e mobilizada pelas vereadoras aqui presentes e citadas. A solidariedade feminista diz muito sobre o combate ao colonialismo, ao racismo e ao fundamentalismo que constroem essa lógica genocida praticada contra o povo de Israel”. O chefe de gabinete João Vítor, representando a vereadora Liana Cirne, disse que o momento da reunião é extremamente significativo. “Porque isso é uma luta que não deve ficar apenas no discurso. É uma luta que precisa ser, de fato, enfrentada, acolhida e que a gente se sinta parte de algo que é muito maior: a vida humana”.
André Frej, representante da Aliança Palestina do Recife, destacou considerar um genocídio que já dura mais de 600 dias. "Mais de 58.000 pessoas mortas assassinadas por um exército que se comporta como terrorista, promovendo verdadeira carnificina diária. Que a sociedade se mobilize para cobrar dos seus países e dos seus governos medidas efetivas", disse. "E uma das medidas efetivas que essa audiência propõe é que o governo brasileiro rompa as relações diplomáticas, comerciais e econômicas com o Estado de Israel”, completou.
Ana Catarina Delgado, médica oftalmologista que trabalhou como voluntária em Gaza, exibiu um vídeo mostrando a sua experiência no local. A médica foi duas vezes nos anos de 2019 e 2023. “Nunca vi um povo tão resiliente, tão carinhoso e de uma fé inabalada. Infelizmente, Israel não deixava chegar próteses e os médicos não podiam se atualizar em congressos e nem sair de Gaza", lamentou. "A população só tinha direito à luz durante oito horas por dia e furava poços de água à noite para não serem descobertos. Fiquei perplexa com tudo o que aconteceu e com que eu vivi. Estamos em pleno século XXI e enfrentando uma realidade dessa. Precisamos agir”, disse.
Por videoconferência, Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), lamentou os dados sobre o número de mortes em Gaza apresentados pela ONU (Organização das Nações Unidas) e outras organizações. Ele citou pensamento do líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, falecido em 2004. “Estamos agora no dia 637 desse genocídio. Mais de 11 mil desaparecidos sob escombros, 68.377 exterminados, ou seja, 3,09% da demografia de Gaza. Isso daria seis milhões e seiscentos mil no Brasil. Como disse o nosso emblemático Yasser Arafat: “Se todos nós [palestinos] um dia tivermos morrido, nosso sangue se levantará e lutará. Então, nós todos venceremos essa luta. Venceremos esse momento genocida. Nós não estamos apenas diante da maior limpeza étnica da história. Nós estamos diante de um precedente, de um teste, de um modelo que os Estados Unidos e o Ocidente, de um modo geral, poderão adotar como regra. E nós precisamos impedir que isto aconteça”.
O deputado estadual João Paulo (PT-PE) pontuou que, apesar de todas as pesquisas apresentadas sobre a guerra, ainda está havendo pouca solidariedade. “Pouca solidariedade para o genocídio que está sendo praticado. Inclusive, fiz um apelo na Assembleia Legislativa para que o governo do presidente Lula rompa relações com o Estado de Israel. Acho que nós não podemos ficar passivos diante de uma realidade tão cruel, de tanto assassinato e de vidas perdidas”.
Clique aqui e assista a reportagem da TV Câmara do Recife.
Clique aqui e assista a reunião pública com o tema: Pelo fim do genocídio palestino.
Em 04.07.2025