Vereadores abordam protestos de carroceiros e CPI na Alepe

Dois temas motivaram um debate entre os vereadores Eduardo Moura (Novo) e Rinaldo Junior (PSB) durante a reunião plenária da Câmara do Recife desta terça-feira (19): as manifestações da segunda-feira (18), promovidas na capital por carroceiros, e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para investigar irregularidades em contratos de publicidade firmados pelo Governo do Estado.

Os assuntos foram levados à tribuna primeiramente por Eduardo Moura. Em seu discurso, o parlamentar -- que é autor de um projeto de lei que proíbe o fechamento de ruas em protestos – afirmou que os carroceiros precisam de suporte e trabalho digno, mas as manifestações de segunda-feira teriam acabado por “tirar o direito de ir e vir das pessoas”. Ele também levantou questionamentos sobre a organização dos atos, classificando-o como um “protesto orquestrado, patrocinado”.

Em seguida, Eduardo Moura se manifestou a favor da CPI da Alepe para investigar irregularidades em contratos de publicidade firmados pelo Governo de Pernambuco. Ele chamou a atenção, especialmente, para um contrato de R$ 1,2 bilhão assinado pelo Executivo estadual com a empresa de um primo da governadora Raquel Lyra (PSD). No discurso, ele também fez críticas a gastos da Prefeitura com publicidade e eventos, comparando-os com investimentos em educação e urbanização, e pediu uma investigação similar no âmbito municipal.

Por sua vez, Rinaldo Junior também afirmou ver o “patrocínio de muita gente” na manifestação dos carroceiros. “Inclusive, da governadora [Raquel Lyra], que retirou a polícia das ruas”.

O vereador, assim como o colega, disse ser favorável à CPI que investiga o Governo de Pernambuco. Mas, segundo Rinaldo Junior, existem fatos que motivaram a instalação da Comissão na Alepe, ao contrário da situação no município. Além de suspeitas de conluio na licitação do contrato de R$ 1,2 bilhão do Governo, ele lembrou que houve um aditivo de R$ 100 milhões nesse contrato após a conclusão do processo licitatório, dentre outros problemas.

“CPI necessita de um fato determinado, assim como o nosso próprio Regimento, no artigo 133, diz. E, hoje, a Assembleia Legislativa está discutindo a criação de uma CPI em cima de um fato determinado”, explicou Rinaldo Junior. “O vereador [Eduardo Moura], líder do Partido Novo, faz uma proposta nesta tribuna. Ele diz o seguinte: ‘temos que ter CPI aqui’. Mas faz oito meses que ele não aponta um fato determinado, um fato de corrupção qualquer”.

Clique aqui e assista ao pronunciamento do vereador Eduardo Moura.

Clique aqui e assista ao pronunciamento do vereador Rinaldo Junior.

Em 19.08.2025