Reunião solene comemora 170 anos do Congregacionalismo no Brasil
“Hoje, nesta solenidade tão especial, elevamos nossos corações em gratidão a Deus e à história. A Igreja Congregacional no Brasil é uma caminhada de fé, coragem, liberdade e missão. Ao lembrar desta trajetória, não podemos deixar de evocar nomes que se tornaram eternos na memória da Igreja: Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley, um casal que, em 1855, desembarcou no Rio de Janeiro trazendo mais do que malas e livros. Trouxeram a chama da esperança, a pregação do Evangelho em língua portuguesa e a ousadia de plantar uma fé viva em solo brasileiro”, disse Luiz Eustáquio. A data oficial da comemoração dos 170 anos é 16 de agosto e, desde então várias comemorações vêm sendo realizadas.
O parlamentar falou da importância do congregacionalismo para a sociedade e falou da sua ligação pessoal com o protestantismo. Ele discorreu sobre o legado histórico do sistema e disse que foi através de Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley, que nasceram obras como a Escola Dominical; os primeiros hinos em português reunidos no hinário “Salmos e Hinos”; e, sobretudo, a Igreja Evangélica Fluminense, a primeira igreja evangélica permanente no Brasil.
“A Igreja congregacional nasceu no mundo como um grito de autonomia e liberdade. O casal Kalley enfrentou restrições, perseguições, preconceitos e até ameaças à própria vida. Mas o Evangelho que eles anunciaram não podia ser detido. E por isso estamos aqui hoje. Para reconhecer que esta história não pertence apenas a uma denominação, mas ao protestantismo brasileiro como um todo, ao nosso país e à nossa memória espiritual”, afirmou. Ao longo de 170 anos, segundo Luiz Eustáquio, a Igreja Congregacional “formou discípulos, edificou comunidades, defendeu a liberdade religiosa, anunciou a justiça social, lutou pela dignidade humana e fortaleceu a democracia, ensinando que a Igreja é lugar de participação, de decisão coletiva, de autonomia e de fé viva”.
A igreja congregacional, em resumo, é a igreja protestante brasileira. Por isso, o vereador rendeu homenagens a duas instituições que carregam este legado com fidelidade e paixão: a União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, guardiã dos 28 Artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo, documento escrito pelo próprio Kalley; e a Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, que reconhece essa herança e reafirma sua fé através da Confissão de Fé Congregacional, inspirada na histórica Declaração de Savoy.
Essas duas instituições, disse o vereador em seu discurso, “têm uma mesma raiz, um mesmo espírito: o de seguir fielmente ao Evangelho de Cristo, com amor, liberdade e compromisso. Portanto, 170 anos não são apenas uma data no calendário. São gerações de homens e mulheres que, com fé e coragem, plantaram sementes de esperança, ergueram templos, entoaram hinos, ensinaram crianças, evangelizaram o sertão nordestino, enfrentaram as secas e perseguições, e permaneceram firmes no chamado”.
Após o discurso, Luiz Eustáquio entregou duas placas comemorativas aos 170 anos do Congregacionalismo no Brasil. Uma das placas foi para a União de Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, representada pelo presidente Rovanildo Vieira Soares. A outra, à Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, representada pelo presidente pastor Ismael Ornilo da Silva Júnior. Na sequência, Rovanildo Vieira Soares ocupou a tribuna e fez suas colocações. “Eles eram dois, Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley. Hoje, os evangélicos são quase 50 milhões nessa Nação. Quase 30% deste país são evangélicos”, disse, passando a historiar sobre a ação missionária cristã.
“A democracia plena é uma característica nossa, do Congregacionalismo. Na minha opinião os congregacionais são os pais da democracia americana, tendo em vista o modelo associativo americano, de estados independentes. Aquele é o nosso modelo. Pode-se dizer que os congregacionais são os pais da democracia moderna no mundo. Mas são ainda os pais da educação na América, pois formaram a primeira e a mais famosa universidade dos Estados Unidos, que foi a de Harvard, tudo isso sem nunca abandonar a Palavra de Deus. Foi assim que chegarmos ao Brasil", disse. Ele lembrou que a homenagem ao Congregacionalismo feita pela Câmara do Recife, através da reunião solene, era justa, pois “foi aqui, no Recife, onde começou o trabalho congregacional do Norte e Nordeste. Aqui está a primeira igreja congregacional das regiões, pelo trabalho do povo”.
Em nome da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, o pastor Ismael Ornilo da Silva Júnior leu, em discurso, salmos bíblicos. Ele também explicou a definição do congregacionalimo e disse que, aos crentes congregacionais, “foi confiado, como toda Igreja de Cristo, o poder para eleger os seus próprios oficiais, admitir e excluir membros, possuir propriedades e rejeitar qualquer controle externo, que não esteja de acordo com seus membros, em assembleia livre e soberana”. Ele observou que as igrejas são autogovernadas, com deveres e responsabilidades compartilhadas entre os membros, são autônomas e trabalham juntas em associações. Ele finalizou o discurso louvando a Deus pela oportunidade de ser Congregacionalista.
A mesa de honra da solenidade foi composta pelos vereadores Luiz Eustáquio e Felipe Alecrim; pelo presidente da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, pastor Ismael Ornilo da Silva Júnior; o presidente da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, Rovanildo Vieira Soares; o presidente da Associação Regional - União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, pastor Rinaldo Cézar Mendonça de Oliveira; o vice-presidente da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, Valter Vandilson Custódio de Brito; o primeiro Secretário da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, Weber Firmino Alves; e o representante da Secretaria de Atividades Ministeriais da Associação - União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil, Paulo Alves de Santana Filho.
Durante a solenidade, o pastor Thiago Oliveira fez a leitura de um cordel com a história de Robert Reid Kalley, o fundador do Congregacionalismo. O pastor Odailson Chaves fez uma apresentação musical acompanhado pelo tecladista Fernando Guerra. No final da solenidade, o vereador Felipe Alecrim fez considerações sobre a reunião solene que presidiu e convidou a todos os presentes para, de pé, acompanhar o Hino da Cidade do Recife.
Clique aqui e assista a reportagem da TV Câmara do Recife.
Clique aqui e assista a reunião solene em homenagem aos 170 anos do Congregacionalismo no Brasil.
Em 11.09.2025.