Câmara Municipal do Recife
Câmara entrega Medalha de Mérito José Mariano ao maestro Lúcio Azevedo
No discurso de saudação, o vereador Gilberto Alves exaltou as qualidades artísticas e profissionais do homenageado. “Não falo de ouvir dizer. Falo de acompanhar, ao longo de décadas, sua entrega, seus sacrifícios, seu estudo constante, seu amor visceral pela música, sua busca incessante pela excelência. Não falo de favoritismo. Falo de testemunho. Eu sei o quanto ele lutou, o quanto trabalhou, o quanto abriu mão, o quanto persistiu — e como, mesmo diante das dificuldades, manteve acesa a chama de quem acredita que a arte é missão, vocação e destino”.
Nascido no Recife, com 59 anos e 40 de profissão, o maestro Lúcio Azevedo tem história, disse Gilberto Alves. “Ele cresceu em um lar onde a música não era apenas trilha sonora, era linguagem cotidiana. Aos oito anos, ingressou no Conservatório Pernambucano de Música. E quando a vida profissional exigiu escolhas difíceis, ele — como tantos artistas brasileiros — precisou interromper formalmente o curso de Licenciatura em Música da UFPE. Mas, diferente de muitos, jamais se desconectou da busca pelo aperfeiçoamento. Como poucos, entendeu que ser músico é nunca estar pronto. É sempre recomeçar. Por isso buscou mestres como José Gomes, referência em harmonia e piano popular, e Josefina Aguiar, que expandiu sua técnica pianística”.
O vereador contou que, atualmente, ao lado do professor e amigo Tales Silveira, o maestro Lúcio Azevedo prepara o Curso Tritones, em Casa Forte, contribuindo para com a juventude musical do Recife. “São 40 anos de carreira: tendo a música como serviço público da emoção. Quatro décadas inteiras dedicadas à arte. Lúcio não fez da música um trabalho: fez da música sua casa, sua respiração, seu idioma, seu alimento diário”. Como pianista, cantor, maestro e produtor musical, o maestro Lúcio Azevedo, segundo Gilberto Alves, tornou-se um dos nomes mais requisitados do mercado pernambucano, estando presente nas mais diversas áreas como em grandes eventos culturais do Estado, festas tradicionais, eventos corporativos, casamentos, formaturas, entre outros.
Após o discurso, o vereador Gilberto Alves fez a entrega da Medalha de Mérito José Mariano, com o respectivo diploma, ao maestro Lúcio Azevedo. Em extensão à homenagem a esposa do vereador Gilberto Alves, Mônica Coelho, fez a entrega de flores à prima do homenageado, Ada Lúcia Wanderley. Em seguida, o homenageado ocupou a tribuna e fez suas colocações.
Ao falar da homenagem que recebeu, o maestro Lúcio Azevedo agradeceu aos vereadores do Recife, que aprovaram a concessão da Medalha de Mérito José Mariano, em especial “a esse amigo de uma vida, o vereador Gilberto Alves, que me deu essa oportunidade”. Ele também exaltou o patrono da Câmara Municipal do Recife, José Mariano, que dá nome à comenda.
“José Mariano foi um abolicionista, fiquei encantado e comecei a ficar preocupado. E disse meu Deus do céu será que eu realmente mereço receber essa medalha? Mas quando eu comecei a conhecer a história dele, vi a proximidade dele com a vida que a gente tem aqui no Recife. Hoje eu estou novamente morando no bairro onde morou José Mariano, no Poço da Panela, local onde ele escondia os escravizados em barcos de palha e levava ali a Ponte Uchôa”.
Ele observou que centenas de escravizados encontraram em José Mariano o apoio para fugir e se libertar. “Olhem que coisa maravilhosa, isso faz dessa medalha algo muito valoroso para quem a recebeu. Eu acho que a vida tem que ter esse propósito, como teve José Mariano, o propósito gratuito em relação à vida. A gente tem que vir para a vida, para ter um valor”. E finalizou dizendo, agradecido: “Eu irei trabalhar [na música] com muito mais responsabilidade depois do dia de hoje”.
Além do vereador Hélio Guabiraba, que presidiu a solenidade; e do vereador Gilberto Alves, autor do requerimento, a mesa de honra foi composta pelo homenageado, Lúcio Wanderley Azevedo (maestro Lúcio Azevedo); o pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Thieres George Freire da Silva, no ato representando a reitora, professora Maria José de Sena; o presidente do Galo da Madrugada, Rômulo Meneses; o primo do maestro, no ato representando a família, José Waldemir de Melo; e o cantor e compositor Felipe Chagas de Arruda, representando os amigos artistas.
Durante a solenidade, passistas e componentes da agremiação carnavalesca Galo da Madrugada fizeram uma pequena apresentação em homenagem ao maestro Lúcio Azevedo. Um vídeo com dados biográficos do homenageado foi exibido nos telões do plenário da Câmara do Recife. O maestro também fez uma apresentação musical, acompanhado pelo tenor Diel Rodrigues. A música foi "Recife, Cidade Lendária", obra-prima de Capiba. Ao final, o vereador Hélio Guabiraba, fez uma avaliação da solenidade que presidiu e convidou a todos que acompanhassem o Hino da Cidade do Recife.
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Em 26.11.2025
