Médico fala sobre campanha mundial Maio Roxo

Para alertar e difundir informações sobre doenças inflamatórias do intestino, em campanha mundialmente conhecida por Maio Roxo, o vereador Aerto Luna (PRP) convidou um médico especialista no assunto, Carlos Brito, para fazer palestra sobre o tema na Câmara do Recife nesta quarta-feira (16). A campanha é de prevenção contra essas doenças, de difícil diagnóstico, mas cujos sintomas impactam a vida dos pacientes, especialmente em idade economicamente ativa.

Carlos Brito disse na palestra que o Brasil tem poucos dados a respeito dessa doença, mas nos Estados Unidos há dados que dão conta de que de 100 a 300 pessoas em cada cem mil são acometidas por ela, a um custo estimado em U$ 500 milhões. “Considerando este dado é possível estimar que cerca de 27 mil pessoas em Pernambuco apresentam doenças inflamatórias intestinal, acometendo pessoas economicamente ativas. Estas pessoas acabam perdendo dias de trabalho, pesando nos cofres públicos”.

O médico alertou que a doença pode começar desde o esôfago até o reto. Ela atinge o intestino causando diarreias, sangramento, perda de peso, dores abdominais,  entre outros sintomas. É uma doença autoimune, mas pode se dar por outros fatores tais como hábitos alimentares, tabagismo, ou predisposição genética.

Carlos Brito disse ainda que um dos grandes problemas é a falta de diagnóstico. Segundo ele nem todos os médicos estão preparados para reconhecer a doença nos exames clínicos. Por isso o objetivo da campanha é difundir informação sobre a doença para aumentar o número de pessoas diagnosticadas. “Quanto mais precoce o diagnóstico, mais possibilidade de tratamento com sucesso e melhor qualidade de vida para os pacientes que podem até desenvolver câncer”.

O médico disse ainda que há pouco investimento em pesquisas sobre essas doenças, mas que na UFPE há um laboratório específico que atende esses pacientes, cerca de 400 por mês. Estudos realizados na Universidade Federal demonstraram que os pacientes levam até três anos para terem um diagnóstico correto. Atinge pessoas nas faixas etários  abaixo de 15 anos e acima de 50 e cada paciente chega a fazer de 4 a cinco consultas para obterem o diagnóstico. “Cerca de 93% deles relataram que a doença impactou suas vidas. São necessários exames como colonoscopia, ressonância, sangue, entre outros, e o sistema público nem sempre faz. O tratamento envolve atividade física, alimentação saudável e medicamentos”.

 

Em 16.05.2018 às 17h47.