Aline Mariano alerta para número de feminicídios no Estado

Um assunto debatido de maneira exaustiva, mas que para a vereadora Aline Mariano (PP), não houve ainda mudança de cultura. Trata-se do machismo que desencadeia crimes de ódio contra as mulheres, que passaram a ser tipificados pela lei do feminicídio. Ela lembrou que fez audiências públicas para discutir o assunto e alertar para a causa, mas os crimes continuam acontecendo, como o que tirou recentemente a vida de Mayara, 19 anos, morta pelo ex-companheiro com ácido. Lembrou também, na tarde dessa segunda-feira (05), na Câmara do Recife, do julgamento do acusado pelo assassinato da fisioterapeuta Tássia Mirella de Sena Araújo, ocorrido há dois anos no flat em que ela residia, quando foi estuprada e morta.

Aline Mariano afirmou que, em Pernambuco, no ano passado aconteceram 228 assassinatos de mulheres. Dos quais 75 por questões de gênero, sendo tipificados como feminicídio. “A cada 10 mortes de mulheres, três são por questão de gênero ou feminicídio. Antes da lei, as ocorrências eram tratadas como crimes comuns cuja pena começa com seis anos de prisão.  Com a lei do feminicídio a pena sobe de 12 a 30 anos”.

A vereadora chama a atenção para o fato de que esses crimes são quase sempre cometidos por familiares, ex-companheiros, entre outros, próximos à vitima. “As mulheres são mortas porque não querem mais uma relação abusiva e violenta. Esses crimes reduzem as mulheres a meros objetos. Tivemos recentemente a Conferência Estadual da Mulher, quando foram eleitas delegadas, mas é preciso fazer mais”.

Ivan Moraes (Psol) lembrou a atuação da colega na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Casa e acentuou que a única causa da violência é a existência de homens que acreditam serem donos do corpo da mulher. Ele acha que é necessário educar os homens, os meninos para que aprendam com o feminismo e reconheçam que violência se dá também em pequenos detalhes. "Temos de lutar e educar os homens para que tenhamos uma sociedade mais igualitária. Há homens ocupando cargos importantes que acham que têm direito à violência. Isso precisa parar”.

Goretti Queiroz (PSC) disse que se sente orgulhosa em participar da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher pela luta que vem fazendo. Disse que apresentou um projeto de lei para que seja proibida a venda de ácido no Recife. Segundo ela, havia notificações de homens que jogavam o produto em suas companheiras e ela preventivamente fez o PL. “Infelizmente há pouco tempo houve a morte de Mayara exatamente porque o ex-companheiro atirou ácido no rosto dela. Vamos agilizar a aprovação desse projeto para coibir a venda na cidade”.

 


Em 05.08.2019 às 17h28.