Aline Mariano apoia conselheiros tutelares
O grupo que se reuniu com representantes da Prefeitura na semana passada, terá uma nova reunião na próxima quarta-feira, quando será discutida a estrutura dos conselhos, os equipamentos de retaguarda – que recebem as crianças e adolescentes – e o reajuste salarial. Aline Mariano considera a reunião um avanço para uma luta que já dura quase um ano. “Apesar de tantas tentativas em várias esferas, infelizmente não houve avanço. A rede continua do mesmo jeito: os conselheiros sem reajuste e o cidadão pagando o preço da falta de atenção”.
Segundo Aline, este foi o motivo da categoria optar pelo regime de plantão, atendendo apenas na sede do Conselho da RPA1, na Boa Vista. “Não se trata de greve, apenas de uma centralização de serviços para que a Prefeitura possa retomar o diálogo com os trabalhadores”, explicou.
Entre as reivindicações dos profissionais estão a falta de estrutura física, de material de trabalho, de qualificação dos funcionários, e da estrutura de retaguarda como serviço de desintoxicação, de apoio psicossocial e psiquiátrico.
Hoje o Recife conta com 40 conselheiros tutelares que recebem um salário de R$ 1.475,00. De acordo com a vereadora, um trabalhador na mesma função no município de Garanhuns (PE) recebe R$ 2.800,00. “A Prefeitura demonstra não se importar com o que acontece nos oito conselhos tutelares da cidade e ignora o termo de ajustamento de conduta, onde ficou acertado que pelo menos uma vez por mês o pleno dos conselheiros sentaria à mesa com as Secretarias de Assistência Social, Saúde e Educação”.
“É impressionante como municípios menores e mais pobres dão melhores condições de trabalho que o Recife”, criticou Daniel Coelho (PV). “O crack está destruindo a cidade e muito disso se deve à falta de apoio do Conselho Tutelar. É lá onde deve começar qualquer discussão sobre droga na cidade, porque a criança que comete um pequeno delito hoje e não recebe o atendimento será o assassino e o ladrão de amanhã”.
Priscila Krause (Democratas), líder da oposição na Casa concordou com o colega e completou. “Os Conselhos Tutelares são mais importantes que uma delegacia e eles devem ser encarados de forma séria. A delegacia é para resolver um problema consumado, os conselhos dão um acompanhamento para que estes problemas não venham a acontecer”. E completou. “O que precisamos é de uma resolução efetiva, porque me preocupa não só pela minha geração, mas pela geração de meus filhos e netos. Se não tomarmos uma atitude agora, vai ser muito pior no futuro”.
Aline Mariano quer promover uma audiência pública na Câmara para discutir as principais necessidades dos conselheiros. “O objetivo é mostrar o caos e pedir melhorias urgentes. Esta cidade não tem planejamento. Será possível que o prefeito não tem responsabilidade num assunto tão sério? Quero destacar a importância de esta Casa intermediar para que tudo acertado com o Executivo seja realizado o mais rápido possível”.
O vereador Jairo Britto (PHS) disse entender a colocação desesperada de Aline Mariano uma vez que o PSDB, partido da vereadora “já entregou os pontos”. Para Jairo a gestão municipal trabalha pela área social (exemplo disso é a revitalização do Centro Social da Mustardinha), e que a reivindicação dos conselheiros é justa e deve ser decidida pelo diálogo. “E foi isso que o PT trouxe para a política, o diálogo”.
A parlamentar discordou e garantiu que não cobra apoio político ao exercer sua função na Câmara. “Não sou uma vereadora lagartixa, que só balança a cabeça para o que lhe dizem. Estou aqui porque sou presidente da Comissão de Direitos Humanos e isso é parte de meu trabalho. Não me interessa em quem os conselheiros vão votar, pode perguntar a qualquer um se alguma vez pedi algo em troca”. E finalizou. “Considero esta não uma luta política, mas uma luta de gestão política. E numa luta pela gestão, temos que garantir a continuidade dos programas de governo, e não é isso que tem sido feito na cidade”.