Aline Mariano critica despejo dos cantineiros da Prefeitura

Os 50 trabalhadores das cantinas que atuam no prédio da Prefeitura do Recife terão que deixar o espaço. A notícia foi trazida ao plenário da Câmara na tarde desta segunda-feira (30) pela vereadora Aline Mariano (PSDB) que se mostrou indignada com a falta de diálogo e sensibilidade social por parte do Executivo. Segundo a parlamentar, os cantineiros foram informados do despejo pela Secretaria de Administração que alegou a necessidade de requalificação do edifício-sede, através de obras e modernização da infra-estrutura. “Não sou contra a reorganização, mas essa não é a forma que deve se conduzir o prefeito sem dar opção aos que estão ali. Isso tem sido uma constante em nossa cidade. Vou convocar uma audiência pública para discutir o planejamento do Recife que só me envergonha”.

A vereadora disse que os trabalhadores receberam uma circular interna da administração com a ressalva de que eles estavam ocupando as instalações de forma irregular e que havia o entendimento de que as cantinas não atendem aos requisitos de segurança do Corpo de Bombeiros. “Muitos estão ali há mais de 30 anos. Existe uma ordem de ocupação do local assinada pelo secretário de Administração de 1991, liberando o acesso dos cantineiros. Portanto, não há invasão. Não há qualquer irregularidade da parte desses trabalhadores. É com a venda de seus produtos que muitos deles sustentam famílias inteiras”.

Aline Marino também criticou a ação da Prefeitura que, segundo ela, não abre diálogo com os trabalhadores e ainda avisa que não tem responsabilidade com eles. “Para o prefeito João da Costa tem sido fácil resolver problemas como esse. Basta chegar e despejar. Isso tem sido uma constante em sua gestão. O prefeito sequer recebe vereadores, não era de se estranhar ele não receber os trabalhadores. Não há preocupação com essas pessoas e não há um planejamento”.

A parlamentar citou outras ações da prefeitura que, de acordo com ela, mostram a forma arbitrária e autoritária por parte do Executivo a exemplo do decreto municipal de 2008 que proibiu a comercialização de produtos não industrializados na praia e a recente retirada de barracas em torno do Edifício Holliday em Boa Viagem. “O que foi feito em prol desses trabalhadores? Para onde foram levados? Qual o tipo de ajuda oferecida? Sinceramente eu não sei. Por isso estou dando entrada em um pedido de informação para saber mais detalhes. Quero que o prefeito João da Costa esclareça os encaminhamentos. Também cobro do líder do governo uma posição”.

Em 30.08.2010, às 16h30.