Aline Mariano debate em audiência a situação dos mercados públicos
Fizeram parte da mesa de debates a presidente da Companhia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb), Berenice Andrade; o gerente de projetos Urbanos da URB, Gabriel Lins; a consultora e instrutora em Acessibilidade no Turismo do Sebrae, Mosana Cavalcanti; o presidente da Associação dos Comerciantes dos Mercados Públicos do Recife (ACOMP), Fernando Santos; e o promotor do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Maviael de Souza Silva. A vereadora Aline Mariano afirmou que, diferentemente de outras capitais do Brasil, que têm um “mercado central”, o Recife conta com vários espaços destes, localizados em diferentes bairros e comunidades. “Cada um assume uma personalidade e um perfil próprio, fazendo parte indissociável da nossa paisagem urbana”, afirmou.
Além do Mercado de São José, com sua bela arquitetura em ferro típica do século 19, a vereadora lembrou que há outros de tamanha relevância. No caso, o Mercado da Boa Vista, tão antigo como o de São José; Mercado da Madalena, da Encruzilhada, de Casa Amarela, Beberibe, Afogados e outros tantos que compõem a própria identidade cultural do Recife. “É inegável a importância destes mercados públicos recifenses, como reveladores dos hábitos, dos costumes e da própria natureza das pessoas das comunidades a que servem. Para tanto, se faz necessário preservá-los. E, tão importante quanto a sua preservação, é a sua acessibilidade. Os mercados e outros espaços públicos da nossa cidade devem garantir condições para que todas as pessoas possam frequentá-los. Mas ainda há obstáculos a serem enfrentados”, ressaltou.
O Brasil tem cerca de 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo o IBGE. Em Pernambuco, de acordo com a Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead) 2,4% da população tem algum tipo de deficiência. Não há dados concretos relacionados a esta população no Recife. “Precisamos adequar os espaços públicos, e aqui eu me refiro especialmente aos mercados da cidade, à realidade de pessoas cujos movimentos são limitados em consequência da idade, gravidez, de alguma deficiência física, sensorial ou de locomoção, necessitando atenção especial ou adaptações nos ambientes. O nosso mandato tem procurado colaborar neste sentido, elaborando projetos e discutindo políticas públicas que atendam a essas pessoas”, afirmou.
Uma das iniciativas da vereadora é a indicação, por meio de requerimento à Csurb, para que seja feito serviço de requalificação e acessibilidade nos mercados da Boa Vista, São José, Afogados, Boa Viagem, Casa Amarela, Madalena, Beberibe e Cordeiro. Na legislatura passada ela deu entrada em requerimento que instituiu a Frente Parlamentar em Defesa dos Mercados Públicos do Recife, que ajudou a definir planos e metas no sentido de valorizá-los. Nesta legislatura, novamente entrou com um pedido para a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Mercados Públicos do Recife, visando incentivar, acompanhar e fiscalizar as políticas públicas que melhorem o funcionamento destes equipamentos para tosos os cidadãos. Nas duas legislaturas, já realizou diversas audiências públicas relacionadas à questão, sendo que em julho do ano passado convocou o secretário João Braga para uma audiência no Mercado da Madalena, quando expôs a realidade do equipamento e pedimos a sensibilização da gestão municipal, no sentido de trazer melhorias.
O presidente da Associação dos Comerciantes dos Mercados Públicos do Recife (ACOMP), Fernando Santos, disse que o principal problema dos mercados públicos do Recife é a questão do estacionamento. “As pessoas querem frequentá-los, mas ficam impedidas, pois não têm onde deixar seus carros”, afirmou. A consultora e instrutora em Acessibilidade no Turismo do Sebrae, Mosana Cavalcanti, disse que tão importante quanto chegar é enfrentar os obstáculos internos. “Os banheiros dos mercados precisam ser requalificados e nós cadeirantes, quando estamos nos mercados, precisamos de ajuda para nos locomovermos”, criticou.
A presidente da Companhia de Serviços Urbanos do Recife (Csurb), Berenice Andrade, reconhece que há muitos problemas nos prédios dos mercados. “Eles são construções muito antigas, que quando foram feitas não havia exigências legais de acessibilidade. Mas, estamos promovendo mudanças nos mercados da Encruzilhada, da Boa Vista e da Madalena, em conta as orientações da Norma Brasileira de Acessibilidade, que é a NBR 9.050/2015, que especifica como é a acessibilidade em prédios, mobiliário, equipamentos urbanos e espaços”, disse.
Em 25.10.2017 às 13h05.