Aline Mariano diz que atitude machista exige retratação pública

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a vereadora Aline Mariano (PP) manifestou sua indignação, na tarde desta segunda-feira (18), contra a atitude de um grupo de torcedores brasileiros, incluindo um pernambucano e ex-secretário de Turismo de Ipojuca, que protagonizou um cena constrangedora na Rússia, onde se realiza a Copa do Mundo. O grupo aparece ao lado de uma estrangeira cantando palavras obscenas sem que a moça compreenda o que se diz. Os homens fazem menção ao órgão sexual da mulher e se referem à cor dele.

“Mesmo diante de lutas constantes para mudar comportamentos, continuamos vivendo em sociedade machista e sexista em que a violência de gênero ocorre de maneira explícita, sob as mais diversas formas. É lamentável nos deparar com situação como a que circulou na internet neste fim de semana”, disse a vereadora. Para ela, trata-se de uma violência “que se oculta por trás das risadas e brincadeiras de um esporte altamente machista que tenta afastar de sua torcida as mulheres, que por décadas foram tratadas como um ‘não público-alvo”.

Aline Mariano lembrou que o campo não é somente dos homens e que o futebol, assim como outros esportes, independente do desejo masculino, e tem registrado cada vez mais a presença feminina. Ela informou que uma pesquisa de 2015, divulgada pelo Ibope, confirma que a  metade da torcida do Corinthians é formada por mulheres, time, aliás, que neste ano fez campanha para combater o machismo no futebol.

“Como presidente da Comissão da Defesa da Mulher na Câmara do Recife, quero externar meu lamento e dizer que esse comportamento, ainda uma marca do futebol, é perverso e inaceitável. Que a chacota vista no vídeo, além de diminuir a mulher, é vergonhosa, desrespeitosa e uma forma de violência”. O grupo de rapazes age, segundo Aline Mariano, como se as mulheres merecessem tratamento indigno. “Eu me pergunto como esses homens se sentiriam caso a “brincadeira” maldosa fosse com a mãe, esposa ou filha de algum deles. Será que se sentiriam ofendidos? Nós merecemos ser respeitadas, assim como os homens exigem o respeito de todas nós”, disse.

Para a vereadora, toda a sociedade deveria se manifestar e repudiar a atitude constrangedora à estrangeira. “O desrespeito à condição de gênero foi um ato de agressão a toda mulher e merece o mais duro e veemente repúdio. Traduz ato machista, reacionário, que causa ultraje ao direito e ao bom senso”, disse. Em seu entendimento, é preciso discutir punições para casos como esse, que merece também uma retratação pública pela ofensa à mulher e para que seja compreendido o tipo de violência que se cometeu.


Em 18.06.2018, às 16h55