Aline Mariano quer diagnóstico precoce para recém-nascidos

Tramita na Câmara projeto de lei de autoria da vereadora Aline Mariano (PSDB) que obriga maternidades e demais hospitais públicos e privados do Recife a realizarem exames para diagnóstico precoce da Encefalopatia Crônica não progressiva nos recém-nascidos. “Se feitos tardiamente, muitas crianças podem sair das maternidades sem o diagnóstico da doença, perdendo a chance de iniciar tratamentos importantes, que lhes proporcionarão uma vida mais saudável”, alerta a autora da matéria.

A Encefalopatia Crônica pode ser identificada logo na infância e não é, necessariamente, uma paralisia cerebral completa, visto que o portador não tem ausência total das atividades físicas e mentais. A doença é caracterizada por dificuldades visuais e auditivas, no aprendizado da fala, além do comprometimento motor.

De maneira geral, no desenvolvimento motor normal, até o terceiro mês, a criança deve ter um bom controle do movimento da cabeça, colocando as mãos na frente dos olhos; entre o quarto e quinto mês deve rolar o corpo; do sexto ao sétimo mês, sentar sem apoio; do oitavo ao nono, engatinhar; do décimo ao undécimo, ficar em pé, e entre 12 e 16 meses, deve caminhar.

No desenvolvimento motor da criança com algum tipo de paralisia cerebral (PC), a lesão interfere nesta sequência de desenvolvimento. Os sintomas de retardo motor são seguidos, cedo ou tarde, pelo aparecimento de padrões anormais de postura e movimento. Logo, não se pode esperar que a criança com PC reaja por conta própria aos estímulos do meio ambiente, principalmente por não ter condições sensório-motoras para isso. A falta de estímulos não possibilitará que ela atinja todos os seus potenciais possíveis.

Por isso, quanto mais cedo for diagnosticada, mais cedo se iniciará a estimulação, que tem como objetivo fazer com que a criança, através do manuseio e posicionamento, perceba seu corpo e, a partir daí, tenha possibilidade de interagir com o ambiente, tendo mais chances de desenvolver o máximo do seu potencial.

A autora do projeto, Aline Mariano, enfatiza a importância do diagnóstico para a qualidade de vida da criança e das famílias. “A diferença de um tratamento tardio para um precoce é que quando se inicia tarde a estimulação (depois de um mês), o bebê já tem deformidades instaladas e reflexos que poderiam ser inibidos com a estimulação precoce, porém permanecem atrapalhando o desenvolvimento de uma coordenação motora adequada”.

Caso aprovado, o projeto indica que as Unidades Hospitalares da Rede Pública e Privada terão 180 dias para se adaptarem e se equipararem para realizar os exames, que devem ser feitos no dia do nascimento da criança e repetidos após 24 horas.

Em 14.01.2015, às 11h50