André Ferreira critica atendimento do Samu
“Fiz meu papel de cidadão, o de comunicar um acidente. Esperei dez minutos para falar com o médico e ouvi que aquela senhora não seria socorrida porque eu não estava ao lado dela. Não é possível que um trabalho como este trate as pessoas com tamanho desrespeito”, ressaltou André Ferreira.
O vereador Osmar Ricardo (PT) acredita que este não é um procedimento do Samu, mas uma postura errada de um médico específico, e pediu para o colega entrar em contato com o secretário de Saúde e investigar quem atendeu ao seu telefonema. Mas o vice-líder do governo, Inácio Neto (PT), explicou que o modelo do Samu exige uma triagem antes de haver o envio da ambulância. “O procedimento é este mesmo e ele vem sendo copiado em todo o país. Dos dez mil atendimentos feitos por mês, apenas três mil precisavam de ambulância. Com a triagem feita pelo médico é que se decide enviar o socorro ou orientar as pessoas a levarem as vítimas para o hospital mais próximo”.
O vice-líder disse também que, segundo recomendação do Ministério da Saúde, o Recife deveria ter no mínimo 15 ambulâncias, mas a cidade está com 22 em funcionamento, sete a mais. Para André Ferreira, a questão não é a quantidade, mas a qualidade do serviço. “Ou sistema ou o procedimento está errado. Se há um acidente com vítimas, você não pode esperar que alguém ligue do local. E se ninguém ligar? E por que o Corpo de Bombeiros costuma chegar antes do Samu? Temos que perguntar isto ao secretário”.
Vera Lopes (PPS) ressaltou que já havia denunciado diversas vezes o atendimento do Samu. “Vai de mal a pior. Semana passada, relatei o caso de ambulâncias quebradas que foram escondidas para não serem vistas por jornais que foram denunciar. Esta história de escolher o trauma para a ambulância atender não existe. Se o paciente foi atropelado, deve ser imediatamente socorrido, seja qual for o trauma que sofreu. Médico não pode fazer diagnóstico por telefone”.
Aline Mariano (PSDB) alertou que o próprio sindicato da categoria denunciou o problema das ambulâncias. “A promessa de mais veículos não aconteceu e a demanda é cada vez maior”. Ela sugeriu ainda que um grupo de parlamentares faça uma visita ao Samu para verificar de perto a situação, mas não ficou definida a data.
Jairo Britto (PHS) lembrou que semana passada a prefeitura entregou uma ambulância nos Torrões com UTI. “Isso não é achômetro, é realidade”. Ele também defendeu a triagem feita pelos profissionais do serviço. “Ela tem que ser feita porque há prioridades no atendimento. Não é preciso ser médico para saber disso”.
Almir Fernando (PC do B) reconheceu que muito tem sido feito na área da saúde, mas o serviço precisa melhorar. “Também é importante destacar a participação da prefeitura na construção das Unidades de Pronto Atendimento, UPA’s”. Para Maré Malta (PPS), é preciso ter grandeza para reconhecer problemas. “Especialmente quando há fraturas expostas como o serviço prestado pelo Samu”.
Em 15.03.11, às 18h15.