André Régis defende o ensino fundamental e repercute dados do Pisa

“A nossa rede, lamentavelmente está entre as piores do Brasil”, disse o parlamentar.  Segundo ele, um aluno da rede municipal de ensino do Recife, custa quase R$ 900,00 por mês, mas no seu entendimento,  “a nossa rede de ensino está estagnada”.  O Pisa é a principal avaliação da educação básica no mundo e foi divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, mostrando o desempenho dos alunos de 15 anos de 79 países e territórios, nas disciplinas de matemática, ciências e leitura.

André Régis lembrou que o estudo consta de dados de 2018 e que o Brasil continua com desempenho ruim, aparecendo entre as 20 piores colocações no ranking das três áreas analisadas. “O Pisa revela que dois terços da população brasileira é formada por analfabetos funcionais que não conseguem entender um texto”, lamentou o vereador. Em contrapartida mostra, conforme disse, o bom desempenho de países asiáticos, como a China e Cingapura. “Resultado de muito investimento numa formula já conhecida. Investimentos na primeira infância”.

De acordo com o parlamentar, a Constituição Brasileira, de 1988, fracassou neste ponto, quando determinou que o ensino fundamental ficaria sob a responsabilidade dos municípios, o ensino médio na mãos dos estados, e o superior, da união. Ele considera que os mais de cinco mil municípios possuem um sistema fragmentado e para mudar esta situação, seria necessário a federalização do ensino fundamental. “É na primeira infância onde todos os esforços devem estar concentrados”.

Para ele  “não é proibido que o governo federal invista. Ele precisará, na minha concepção, investir”. Também considera que escolas que não são capazes de ensinar, devem sofrer algum tipo de sanção. “Quem se responsabiliza por uma criança que está na escola e não aprende?”, questiona. O resultado são estudantes que chegam ao ensino superior e não foram preparados no ensino básico, “que não vão render o necessário. Sem base, o aluno não consegue entender o que lê”.

O vereador Jayme Asfora (sem partido), criticou as ações do atual governo federal em relação ao baixo desempenho dos estudantes no Brasil. “Não é o contingenciamento,  é que o ministro [da Educação] usa o MEC para fazer palanque. Não há perspectivas, porque o ministro não traçou metas e o governo Bolsonaro não tem interesse em melhorar a educação”.

Outro vereador a se pronunciar sobre o assunto foi Jairo Britto (PT). Ele disse que o tema abordado é muito importante. “O processo ensino-aprendizagem é um binômio, que é preciso trabalhar muito e durante um longo período. É preciso, sim, investir mais no ensino fundamental  e não é uma  questão partidária. É preciso investir tanto no corpo docente como  no discente”.

Em 03.12.2019, às 18h19