APEC é declarada de utilidade pública municipal

Fundada em 5 de fevereiro de 1983, a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) foi declarada de utilidade pública, no âmbito municipal, por força da lei número 18.264/16, originada a partir de projeto de lei do vereador Augusto Carreras (PSB). A lei foi sancionada pelo prefeito Geraldo Júlio. A Organização Não-Governamental, sem fins lucrativos, busca assegurar a todos os pernambucanos com cegueira, surdo-cegueira ou baixa visão o direito constitucionalmente garantido de determinar os rumos de suas próprias vidas.

Augusto Carreras, ao propor o projeto que originou a lei, disse que a Apec trabalha de modo articulado com seus associados, com as entidades de e para cegos existentes no Estado de Pernambuco e demais órgãos não governamentais e governamentais do Brasil e fora dele, com o objetivo de obter estrutura e representatividade política, além de apoio técnico, social e pedagógico. “É através desse trabalho que a Apec atua na área da cegueira e baixa visão por todo o Estado, com campanhas que vão desde a prevenção da deficiência visual até programas que incentivem estas pessoas a assumirem seu papel como protagonistas de suas organizações”, disse.

A Apec foi fundada por iniciativa de 36 pessoas cegas e com baixa visão, familiares e profissionais que trabalham nesta área, que se constituíram sócios fundadores da entidade cuja sede administrativa está estabelecida na Rua Conselheiro Silveira e Souza, 85, Cordeiro, Recife - PE. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2002 havia cerca de 161 milhões de pessoas com deficiência visual, aproximadamente 2.6% da população mundial. No Brasil, essa estatística aponta para mais de dois milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Ainda de acordo com a OMS, esse número deve crescer em proporção no futuro próximo, em decorrência de fatores como o aumento progressivo da expectativa média de vida e, por conseqüência, da população geral de pessoas idosas.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco possui hoje cerca de 100 mil pessoas cegas e com Baixa visão, sendo que nem ao menos 5 por cento deste contingente tem acesso às políticas públicas. Autossustentável, a APEC sobrevive da mensalidade de seus associados, da prestação de serviços a órgãos governamentais e não governamentais e da comercialização de produtos tiflológicos, utilizados por pessoas cegas e com baixa visão no dia-a-dia, na escola e no trabalho.

 

Em 10.01.2017, às 10h30.