Audiência debate combate à dengue no Recife

Os casos de dengue no Recife nestes primeiros meses do ano caíram 56,9% em relação ao mesmo período de 2010. A boa notícia, divulgada durante a audiência pública sobre o tema, realizada nesta quinta-feira, 17, no plenarinho da Câmara, veio acompanhada de uma preocupação das secretarias municipal e estadual de saúde: a possibilidade da chegada do tipo 4 do vírus a Pernambuco. A iniciativa do debate foi do vereador Luiz Eustáquio (PT), presidente da Comissão de Saúde disse que a reunião teve como objetivo avaliar a eficácia das iniciativas do poder público no combate à dengue no Recife.

“Não podemos baixar a guarda em nenhum momento”, disse o secretário de saúde do Recife, Gustavo Couto, alertando que já foram diagnosticados casos da dengue 4 em Manaus e Belém e que é impossível impedir a entrada do vírus no Estado. Os técnicos da Secretaria Municipal de Saúde explicaram que três tipos do vírus já circulam no país e que é impossível eliminá-lo. “As epidemias são cíclicas, ocorrem a cada três ou cinco anos, com maior ou menor intensidade e o esforço só dos agentes ambientais não adianta, temos que ter a colaboração da população”, disse Adeilza Ferraz, diretora de vigilância à saúde do município.

Em janeiro, fevereiro e os primeiros dias de março deste ano foram notificados um total de 330 casos de dengue no Recife (em 2010 foram 765 no mesmo período). Duas mortes - ocorridas nos bairros do Pina e da Madalena - estão sendo investigadas. A Prefeitura do Recife apresentou uma série de ações que vêm sendo executadas e um plano de contingência para 2011. O plano prevê, entre outras iniciativas, reuniões com especialistas, ações integradas com a comunidade, Emlurb, Projeto Sanear, Corpo de Bombeiros, 200 militares do Exército e 60 da aeronáutica e a realização do Dia D de combate à dengue.
 Adeilza Ferraz informou ainda que o controle da dengue enfrenta muitos desafios, como o acúmulo de água em diversos locais, como a laje das casas e imóveis em construção, ferros-velhos, terrenos baldios e pontos dos catadores de lixo, além dos imóveis fechados e outros em que os agentes são impedidos de entrar pelos próprios moradores. “O que constatamos é que, apesar das inúmeras campanhas informativas, infelizmente a própria sociedade não vem tomando cuidados para prevenir a doença”, afirmou Eustáquio.
No seu depoimento, o vice-presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde de Pernambuco, Jorge Alberto da Silva, disse que, para enfrentar as endemias, a categoria reivindica há muito tempo a realização de um concurso público e uma melhor formação técnica para que as áreas de atuação sejam ampliadas. Já o coordenador do Conselho Municipal de Saúde, Diego Pessoa, informou que os trabalhadores do setor exigem a troca do tipo de larvicida usado na campanha. Segundo eles, o produto estaria afetando a saúde dos agentes.

O secretário Gustavo Couto respondeu que o concurso será realizado no próximo mês de julho e que a prefeitura já começou a usar um larvicida biológico para substituir a substância anterior. Além dele, também participaram do debate os vereadores Jadeval de Lima (PTN) e Vera Lopes (PPS), integrantes da Comissão de Saúde; o coordenador do Conselho Municipal de Saúde, Diego Pessoa; a diretora de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde, Roselene Hans; e o vice-presidente do Sindicato dos Agentes de Saúde de Pernambuco, Jorge Alberto da Silva. O presidente da Câmara, Jurandir Liberal (PT) e o vereador Estefano Menudo (PHS), agentes de saúde e lideranças comunitárias também compareceram à audiência.

Em 17.03.11. às 15h.