Audiência debate inclusão e aprendizado para os estudantes com TEA
Maria Ângela, da Associação Afeto, destacou o trabalho realizado na instituição que surgiu pela necessidade de proporcionar um tratamento adequado às pessoas com TEA. “O número de autistas vem aumentando cada vez mais. Ou nós íamos buscar conhecimento ou então nossos meninos não teriam ajuda necessária. Temos 30 crianças na Afeto e hoje somos consideradas uma das melhores instituições do país”.
Francisco Ferreira, do Conselho Municipal de Educação, considerou de suma importância participar do evento. “Vivemos em um mundo de diversidade e a pessoa com deficiência tem que ter seu lugar ao sol. Além disso, a sociedade necessita estar mobilizada e a escola tem que estimular o espírito de colaboração para que essas pessoas sejam felizes”.
Aliria Costa, da Associação dos Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADI’s), enalteceu os profissionais das unidades educacionais do Recife e citou ser valoroso o aperfeiçoamento de todos. “Os sinais da primeira infância podem ser confundidos com deficiência visual e auditiva. Então é preciso fazer uma ação de intervenção precoce. Tem que ter o mínimo de conhecimento para dar o alerta. É conversar com a coordenação pedagógica e os pais até para instruí-los para que possam buscar a devida atenção médica. Se faz urgente a qualificação de todos os profissionais de educação, principalmente os que estão nas salas de aula”.
Igor Andrade, do Sindicato Municipal dos Professores da Rede Oficial do Recife (Simpere), disse que o debate precisa dar continuidade e citou a situação das escolas. “O importante é estabelecer um encontro como esse para colher frutos. Não vamos parar aqui. Que a gente realize mais eventos de uma forma mais ampla e integrada com a presença da Secretaria de Saúde e do Conselho Municipal da Saúde. É necessário detectar características do TEA e a infraestrutura nas salas de aula precisa melhorar diante da falta de alguns recursos pedagógicos. A Prefeitura tem que nos ajudar nesse processo”.
Muni Catão, promotor de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), disse ser mais do que legítima a busca pelo direito à educação e à convivência social. “Quero parabenizar todos os lutadores e lutadoras aqui presentes. A Constituição dá a legitimidade para que o Ministério Público busque o direito das pessoas em situação de vulnerabilidade e fomentar, seja administrativamente ou judicialmente, a inclusão com qualidade das pessoas com TEA e outros tipos de deficiência”.
Rogério Moraes, diretor executivo de gestão pedagógica da Secretaria de Educação, destacou os avanços da pasta. “Temos atendimentos nos Compaz, disponibilizamos 122 salas de recursos e boa parte delas foram construídas sem a ajuda do MEC. Recife é a quarta capital com mais salas de recursos no país. Possuímos 25 veículos adaptados, destes 18 são micro ônibus e 7 vans preparadas para esse atendimento inclusivo”. Rogério Moraes sensibilizou-se com a luta dos pais pelo atendimento adequado aos filhos com TEA. “A rede municipal possui 768 alunos com TEA distribuídos nas mais de 300 escolas e é um direito absoluto buscar a vaga e lutar pela qualidade no atendimento. O diálogo na rede pública é essencial e vários estudantes vieram das escolas privadas. E cobrar dessas unidades particulares também é preciso. Estamos sempre desenvolvendo um trabalho contínuo visando melhorias à população da nossa cidade”.
Adilza Gomes, do Núcleo de Tecnologia Assistiva da Secretaria de Educação, destacou ações como a disponibilização de tablets multitoques com o software Livox e teclados TiX. “Temos também casos surpreendentes como a da robótica humanoide, um trabalho com robôs e crianças não oralizadas. Já passaram 45 alunos nesse processo e estamos repetindo o curso para outra turma. Apresentamos um robô numa escola e uma criança que nunca falou conseguiu oralizar no momento”. Adilza Gomes também disse estar à disposição da sociedade e ressaltou que os professores podem procurar o Núcleo para aperfeiçoamento profissional. “Quando o professor quiser formação podemos ir até à escola. Temos pessoas nos turnos da manhã, tarde e noite para atender qualquer professor que queira adquirir conhecimentos em tecnologia”.
Em 16.04.2019 às 14h10