Audiência discute políticas públicas para população com deficiência
Isaac Machado, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Recife (COMUD/Recife, compartilhou sobre os desafios da pessoa com deficiência ao tentarem acessar serviços públicos. Da sua perspectiva de homem cadeirante, ele relata sobre a falta de capacitação e de boa vontade muitas vezes, dos condutores de ônibus do Recife de transportar pessoas cadeirantes, por exemplo.
Ricardo Silva, inspetor da CTTU, mostrou-se atento às questões levantadas e se dispôs a coletar os dados questionados na audiência, em relação aos sinais sonoros e aplicação das multas de trânsito em programas de acessibilidade. De acordo com seu relato, há uma ampla compreensão do órgão que chamadas relacionadas à acessibilidade têm absoluta prioridade na lista de prioridades dos serviços prestados. Ele disponibilizou dois canais de atendimento e de recebimento de denúncias: O twitter da CCTU: www.twitter.com/ctturecife e um canal telefônico: 0800- 081-1078.
Rubia Campêlo, diretora de planejamento da URB, explicou o Projeto Calçada Legal e ressaltou que a escolha das 120 ruas previstas nos 10 primeiros lotes do projeto foram escolhidas usando o critério de que atendem aos grandes corredores de ônibus da cidade, regiões em que se tem amplo fluxo de pedestres. Ela compartilhou também a grande dificuldade burocrática de se conseguir contemplar todos os interesses envolvidos nos projetos de qualificação de calçadas, como execução de uma obra de qualidade, com acessibilidade e que contemple também aspectos patrimoniais e culturais da cidade. Ela recomendou que mais pessoas participem do processo de fiscalização das obras, que serão muito bem vindas e que o processo pode contribuir tanto com a perspectiva de projetos quanto com a execução das obras e adequação aos parâmetros de acessibilidade.
Miriam Dubeux, gerente geral de Qualificação Profissional da Prefeitura do Recife, falou sobre a experiência do projeto de sua responsabilidade, o Qualifica Recife, e reconhece que o projeto e os cursos profissionalizantes da gestão ainda estão muito aquém das expectativas do segmento em relação à acessibilidade comunicacional e atitudinal. Nenhum dos cursos oferecidos pela gestão tem metodologia acessível de ensino.
Rogério Moraes, secretário municipal Executivo de Educação, compartilhou algumas das políticas de acessibilidade desenvolvidas pela pasta e alguns dos compromissos assumidos com o segmento, na ocasião da Caminhada da População Surda, que aconteceu no dia anterior. Dentre eles, o de abrir concurso para professores proficientes em libras e elaboração de materiais pedagógicos acessíveis para serem adotados em sala de aula da rede municipal, tudo ainda em 2019. Também participou da audiência, José Diniz Junior, vice- presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e presidente da Associação Pernambucana de Cegos.
Ao final do debate, vários encaminhamentos foram citados, dentre eles organizar ações de fiscalização no Projeto Calçada Legal para detectar qualquer irregularidade antes que as obras sejam finalizadas. Além disso, a realização de concurso de professores com porcentagem para profissionais com domínio de LIBRAS; abertura de uma sala bilíngue a mais nos anos finais; capacitação para mais 100 professores de LIBRAS e desenvolvimento de material adaptado para pessoas surdas nas escolas do Recife.
Com informações da assessoria do gabinete do vereador Ivan Moraes
Em 08.10.2018, às 12h12