Audiência discute reordenamento de barracas na UFPE
Osmar Ricardo ressaltou a necessidade de reordenar e padronizar as barracas para que elas possam voltar a atuar na universidade. “Essa audiência é para que todas as partes envolvidas conversem e digam em que pé se encontram as negociações. Sem diálogo nada poderá ser feito”. Já o presidente da União dos Barraqueiros da UFPE, Severino Alves, fez uma avaliação sociológica para demonstrar a razão de existirem barraqueiros no país. Segundo ele, os barraqueiros são fruto do processo de exclusão econômico a que a sociedade vem sendo exposta, apesar dos avanços conseguidos nos últimos anos. “Queremos construir aqui a possibilidade concreta de organização e ordenamento dessas barracas para que possamos trabalhar. Estamos dispostos a construir um diálogo”.
Maria de Biasi, diretora da Dircon, lembrou que comércio em áreas públicas são instáveis e quando a PCR autoriza, o faz em caráter provisório, ou seja, a título precário, podendo ser retirada a qualquer momento. “Mesmo que exista licitação em espaço público ele será devolvido sempre que solicitado. É preciso lembrar também que 60% dos comerciantes em áreas públicas do Recife vêm de outros municípios, adensando a cidade. Ocupam entornos de hospitais, escolas e praças e há uma lei que e proíbe comércio a menos de 100 metros de escolas, por exemplo”. Ela explicou ainda que o processo está parado porque houve eleição para reitoria da UFPE e o reitor que vinha tratando do caso não foi reeleito. “A Universidade pediu um tempo”.
Meire Cabral, diretora da ouvidoria do Dnit fez relato de todas as ações produzidas desde a retirada das barracas. Ela informou que parte do material recolhido foi enviada para endereços que os próprios barraqueiros solicitaram e outra parte se encontrava em poder da Dircon. Disse também que ficou acertado a mediação do Dnit junto à UFPE no sentido de fazer o realocamento desses barraqueiros para dentro da universidade, e uma certa tolerância enquanto não se definem locais para realocá-los. “Quero dizer que o Dnit não faz Rapa, toda e qualquer desocupação é precedida de notificação”.
O diretor do Hospital das Clínicas, Salatiel Melo, disse que o HC não pode se manifestar porque é uma unidade da universidade. “O maior obstáculo ao HC é a existência de barracas localizadas em frente à entrada da nova emergência do hospital. São cerca de 30 barracas que impedirão a passagem de ambulâncias”. O vereador Amaro Cipriano Maguari, que já vem participando do processo de reordenamento daquela área há algum tempo, informou que fez algumas gestões junto à PCR e conseguiu agendar reunião com técnicos da Prefeitura, ficando uma boa perspectiva de resolução.
Em 16.06.11, às 18h.