Audiência discute sistema de compartilhamento de bicicletas e patinetes elétricos sem estação
O vereador Jayme Asfora fez a abertura da audiência pública e destacou a importância de colher sugestões e citou o projeto de lei, de sua autoria (PLO 69/2019), em tramitação na Casa, que institui e disciplina o compartilhamento de bicicletas e patinetes elétricos em vias e logradouros públicos na modalidade sem estação no Recife. Algumas diretrizes deverão ser seguidas como dispor de espaços públicos ou privados para a retirada e a devolução das bicicletas e patinetes elétricos; ser integrado com as redes de transporte, priorizando os sistemas de transporte não motorizados e coletivo de passageiro. “Além de implantar e manter operação, baseada em estudos técnicos de aferição de demanda, para atender as regiões da cidade de forma ampla e equilibrada e garantir que o sistema seja operado de forma integrada, a fim de não segmentar as diferentes redes ofertadas”.
Marília Pina, Diretora-Executiva do Instituto Pelópidas Silveira, lembrou que o órgão está elaborando um manual cicloviário. “Nós pretendemos acrescentar algumas instruções em relação aos estacionamentos das bicicletas, como seria a forma ideal, seja uma farmácia ou prédio empresarial, por exemplo. Estamos abertos a várias sugestões para que os instrumentos que contemplem o Plano de Mobilidade sejam bem proveitosos e que o Recife consiga ter esse equipamento organizador e bom para todos”.
Francisco Cunha, presidente TGI Consultoria, lembrou da saída da empresa Yellow que fazia o serviço de compartilhamento de bicicletas e patinetes elétricos. “Falaram que era por causa da regulamentação da Prefeitura que proibia deixar o modal em qualquer lugar. Mas não acredito nisso. O assunto mobilidade é fundamental, trata-se de uma luta contemporânea e que não pode deixar de ser discutido. A opinião pública é "carrocêntrica".
Fernando Holanda, membro do Conselho da Cidade do Recife e ativista da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, lamentou a decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro de acabar com radares federais e sugeriu um local para as bicicletas. “Mais da metade das pessoas que vêm a óbito são pedestres, ciclistas e motociclistas. Temos uma epidemia global que assola as pessoas mais vulneráveis no trânsito. É uma morte a cada 15 minutos. Sobre as bicicletas, considero que os usuários poderiam deixar paradas onde o carro está. É preciso ter um convívio harmônico na cidade. Tudo precisa ser dialogado".
Carla Dias, representante da Diretoria de Licenciamento e Urbanismo do Recife, ressaltou que o órgão encontra-se à disposição e atento aos novos licenciamentos. “Estamos no campo teórico, mas, na prática, quando licenciarmos novas empresas, fatos novos surgirão. As vertentes do licenciamento são muito similares as dos bicicletários”.
Daniel Valença, representante da Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (AMECICLO), lembrou que a Associação tem um projeto de bicicletas compartilhadas. “Funciona em Caranguejo Tabaiares. Nós arrecadamos as bicicletas, fizemos um trabalho de recuperação e os próprios moradores gerenciam. Um veículo extremamente democrático e é preciso que a cidade acolha. Falta ainda um enfrentamento para que as ciclovias sejam visíveis, como a que será inaugurada, a Graça Araújo, na avenida Mário Melo”.
Antônio Henrique, Gestor de Planejamento da CTTU, ressaltou que a Companhia faz ações voltadas para o cuidado com as pessoas e que trabalha a coletividade. "O Recife encontra-se em um processo de mudança de comportamento em relação ao transporte. As pessoas que utilizam os seus carros particulares poderiam passar a usar outro tipo de transporte. E para isso tem que haver melhoria no transporte público. A cidade é dinâmica e é preciso se adaptar".
Em 15.08.2019 às 12h15.