Audiência aborda Políticas Públicas para os animais

As políticas públicas para os animais da cidade do Recife foram debatidas numa audiência promovida pelo vereador Romero Albuquerque (PP). Durante a tarde desta quinta-feira (1), instituições em defesa dos animais, protetores, veterinários e público em geral fizeram questão de participar e esclarecer o assunto no Plenarinho da Casa.

O vereador Romero Albuquerque falou das ações do mandato voltadas ao segmento como a Central Animal PE, Samu Animal e parcerias com clínicas veterinárias. “Nestas clínicas as pessoas podem levar seu animal e terão atendimento gratuito. E, através de um voucher, receberão descontos em medicamentos e cirurgias. Temos ainda o Projeto Cadeira de Rodas, Projeto Casinha de Rua, onde pretendemos fazer uma parceria com a Guarda Municipal, além do Projeto Comedouro e Bebedouro Solidário e da Campanha Eu Adoto com Amor”.

Romero Albuquerque apresentou vários projetos de lei, de sua autoria, que visam proteger os animais, tais como o 71/2017 e 62/2017. O primeiro dispõe sobre a obrigatoriedade dos pet shops e similares a instalarem sistemas de gravação por câmeras de vídeos e disponibilizar os serviços.  Já o 62/2017 cria o Serviço de Atendimento Móvel Veterinário do Recife. “Além destas matérias, friso a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, aprovada no último dia 29”, afirmou o vereador.

Representando a Secretaria Executiva de Defesa dos Animais, João Marcelo, elogiou os projetos desenvolvidos pelo vereador e falou sobre as atividades da pasta. “Torço para que os projetos venham enriquecer a causa e torço também para que a bancada animal cresça no país. A Secretaria castra 50 animais por dia e o CVA retomará as atividades do transporte de equinos. Já em relação à lei das carroças gostaria de lembrar que se encontra em fase de regulamentação”.  João Marcelo também falou sobre a inauguração do Hospital Veterinário. “Está sendo equipado e assim que possível será inaugurado pelo prefeito Geraldo Julio. Abriremos o mais rápido possível, pois é uma bandeira que defendemos e será um sonho a ser realizado”.

A protetora de animais Laura Atanásio abordou a questão das castrações e da situação dos abrigos. “Existe uma casa no Recife que começou com sete animais e hoje tem 70. E muitos animais que estão nestes locais não são castrados. A Prefeitura pode até criar um abrigo, mas não conseguirá sustentá-lo. E se a gestão não tem verba, avaliem as ONg’s. O custo individual mensal é de 300 reais fora a ração. A gente precisa de um serviço de castração em massa em locais de abandono e também refletirmos a forma como é feita a castração em nossa cidade”.

A também protetora de animais, Kattarina Barros Lima, ressaltou a importância da realização de eventos de adoção. “Gostaria de propor aqui a realização de mais eventos de adoção porque a demanda é muito grande. Outro fato é que todos esses animais também precisam ser castrados. Muitos são devolvidos porque não são e recebemos muitos pedidos de ajuda”.

Jurandir de Almeida, responsável pelo Centro de Vigilância Ambiental do Recife, citou as dificuldades do órgão e de alguns impedimentos de recursos.  “Antes da SEDA éramos a única estrutura de enfrentamento. E antigamente fazia-se a captura, esperava um período e, se o dono não viesse buscar o animal, ocorria eutanásia. As estruturas atualmente são as mesmas e alerto para a questão de recursos do SUS que não podem ser destinados aos animais. Captura, castração e devolução ao ambiente fazem parte de nossas ações e fazemos trabalhos de parcerias, mas não podemos fazer o abrigamento”.

O Médico Veterinário Rogério de Holanda sugeriu ações para o funcionamento do Hospital Veterinário. “São muitos bichos e nas ações sociais que participamos vemos as possibilidades de cada um. Provavelmente só este hospital não vai resolver todos os problemas. Quero dizer que já me prontifico para ajudar e proponho ações como atendimento especializado, orientação, diagnósticos laboratoriais e por imagem. Particularmente, acho que o hospital veterinário não pode ser gratuito, pois existem custos com despesas fixas e manutenção predial”.

Em 01.06.2017 às 17h26.