Audiência Pública debate andamento da Via Mangue

Motivada pelas notícias publicadas recentemente sobre o andamento da Via Mangue, a vereadora Priscila Krause (DEM) presidiu a 6ª audiência pública em relação à obra, na tarde desta quinta,12, no Plenarinho, cujo tema foi “Via Mangue: Entraves e Soluções”. “É uma sequência de debates, essa é a 6ª audiência. Esses encontros fazem parte de um acompanhamento que começou a ser feito através das ordens de serviços datadas a partir de abril de 2011. O foco dessa vez é um pouco diferente das 4 últimas, por conta de declarações e publicações na imprensa, desde o no final de setembro, levantando vários pontos polêmicos do projeto e resolvemos abordar e levantar essas questões. São alguns problemas e pontos discutidos por vários técnicos como dificuldades. Mas que, no final, o grande objetivo é de querermos uma via adequada para toda a população”, disse.

O Presidente do Núcleo de Engenharia do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), Fernando Artur, apresentou uma retrospectiva do TCE desde o início do processo licitatório. “O valor era de 319 milhões. O que preocupava o Tribunal eram três itens: o prazo exíguo de execução; solução de eficiência discutível para o trecho de construção de muro com aterro e existência de item com pagamento por decurso de prazo. O TCE emitiu um alerta de responsabilização sobre os 3 fatores citados. São 7 aditivos no total, com alteração de 20%. Em obras de engenharia pode haver alteração até 25%. Está chegando quase o valor máximo.”, disse. De acordo com o engenheiro, houve uma melhora no andamento das obras. “Existe sim uma melhora substancial nos serviços. Queremos ressaltar que a nova gestão da URB deu um novo ritmo. Para o Tribunal de Contas de Pernambuco, a obra está concluída em 63% e, do ponto físico financeiro, 61%. Projetamos, se for mantido o ritmo, que a conclusão esteja prevista para novembro de 2014. O cenário geral do contrato para nós é o seguinte: Capitão Temudo: concluída; elevado na Antônio Falcão: dezembro 2013; Ponte Paulo Guerra: novembro 2014; Ponte Encanta Moça: dezembro 2013 e via elevada: junho 2014”, disse.

De acordo com o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Fernando Jordão, a priorização do transporte individual é tida como preocupação. “A grande questão é analisar no que obra contribuirá diante da imobilidade atual da nossa cidade. Afinal, é uma via que prioriza o transporte individual. É uma análise que vem sendo feita até entre os alunos, através de trabalhos universitários. Infelizmente não adianta adotar algumas medidas diante da vontade individual do cidadão em ter um veículo, o status que agrega”, disse.

O Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Nilton Mota, ressaltou que desde o início da gestão, o prefeito Geraldo Júlio vem acompanhando a Via. “O prefeito visitou o local e observou os gargalos da construção. Tinham entraves na obra em janeiro, e partimos para um acompanhamento permanente. Diante disso, foram montados um novo planejamento e forma de conduzir o processo. Temos o compromisso assumido para ser entregue antes da Copa do Mundo. Foi um desafio muito grande para nós assumirmos essa obra em janeiro”, disse. Nilton Mota elencou novos fatores que estão dando celeridade à obra. “O cantitraveller (máquina que permite que as estacas de sustentação sejam cravadas de forma aérea, sem necessidade de contato com o solo) e aberturas de frentes de trabalho deram celeridade em janeiro; a liberação da área do aeroclube em novembro, além da liberação para interdição de faixa da ponte Paulo Guerra em abril. Do ponto de vista de execução, estamos alcançando o que foi previsto. Impomos um novo ritmo, a partir de março na ponte Encanta Moça. Nesse período de 11 meses, executamos mais do que há 20 meses passados. A via está tranquila até abril, se mantivermos o ritmo sim, mas não esqueçam que esta é uma obra complexa. Estamos sempre cobrando mais rapidez, menos prazo, e entendemos a importância da Via Mangue. O prefeito ainda realizou um complemento de ações que estão fazendo interferências para dar agilidade. Assumimos a responsabilidade do que estava previsto e procuramos melhorar do ponto de vista qualitativo as previsões”, disse.

Vicente Perrusi, diretor de engenharia da URB, fez questão de esclarecer pontos do projeto como a ponte estaiada e acessibilidade. “A ponte estaiada (tipo de ponte suspensa por cabos) é definida para obras com grandes vãos. Foi escolhida para ser um monumento, é muito bonita e não tínhamos, até então, uma ponte desse porte, dará uma beleza especial ao projeto. Em relação à Encanta Moça, é importante  esclarecer que está dentro do cronograma e será realizada uma intervenção e, posteriormente, a será liberada. É importante também frisar que a Via Mangue não é "de uma mão só", não é isolada como disse uma matéria de jornal. E a acessibilidade existe sim, inclusive a gestão já detectou a necessidade. Temos um projeto de passarela na estação do Cabanga.  Em relação ao atraso na área atrás do supermercado Extra,  é que não houve possibilidade técnica de inserir uma estaca devido a uma obra da Compesa nas proximidades. Mas, agora, já houve aprovação pela Compesa e teremos que fazer uma proteção. Trata-se de uma intervenção delicada porque existe uma rede grande de esgoto e que não era prevista, mas já foi solucionado. A Via Mangue não é uma obra viária simplesmente, é uma obra de arte. Há a preocupação de fazê-la da melhor forma, com normas de segurança e confesso estar orgulhoso de fazer parte dessa equipe para uma Via grandiosa para Recife e  Pernambuco”, disse.

Ao final da reunião, a vereadora Priscila Krause confessou que houve um tratamento diferenciado em relação às gestões anteriores. “É fundamental para a cidade. Foi fácil perceber a consciência do desafio em relação aos prazos. Aqui vai a minha torcida para que sejam cumpridos”, concluiu.

Em 12.12.13 às 18h13.