Audiência pública debate os problemas no programa Academia da Cidade

Por isso, de acordo com Eurico Freire, o debate sobre o assunto é tão importante, por estar diretamente ligado com a saúde da população recifense.  “A audiência se propõe trazer luz para esse tema. Existe um grande clamor dos usuários e dos profissionais que trabalham no programa por causa das precariedades que eles apresentam. Essa audiência foi pensada para discutir isso com os usuários, servidores, o Poder Executivo, e saber o que nós podemos fazer para melhorar a condição desses espaços, proporcionando o melhor atendimento possível para todos”.

O Programa Academia da Cidade foi criado em 2002 pela Secretaria de Saúde do Recife e oferece aulas de ginástica e dança, rodas de diálogos relacionados com temas sociais e de saúde, prescrição de exercícios e orientação nutricional a hipertensos, diabéticos, obesos e cardiopatas e também organização de práticas corporais e de lazer voltadas aos usuários da rede de saúde do município. Ao todo são mais de 72 mil atendimentos desse tipo por mês.

Hoje são 160 profissionais de educação física atuando nos polos, que reclamam justamente por melhores condições de trabalho, como destacou Liane de Lisboa, que faz parte da Associação dos Profissionais de Educação Física. “Contamos com o empenho dessa gestão para modificar esse quadro. É preciso empenho para acabar com esses problemas. A academia precisa ser digna para o trabalhador e também para o usuário”, disse. Entre os materiais que estão em falta foram citados colchonetes, balanças, cones e produtos de limpeza, sem contar com a própria estrutura dos locais, que está em deterioração. O vereador Eurico Freire falou que em algumas academias não existem banheiros, como o polo Miguel de Cervantes, na Ilha do Leite.

Para Rosângela Albuquerque, do Conselho Regional de Educação Física (CREF), as academias da cidade precisam de ações urgentes do poder público para continuarem funcionando. “Algumas estão sem condições de funcionamento, pois todos os materiais já estão sucateados. Ainda existe a necessidade de mais profissionais, pois muitos já saíram e o número está reduzido. A população precisa ter um serviço de qualidade, o que vai garantir para ela uma vida mais saudável.” Outro problema é com relação à falta de segurança dos polos, onde o efetivo da Guarda Municipal precisa também de um incremento, como destaca o Comandante Marcílio Domingo. “Esse problema vai ser solucionado com a chegada de vinte viaturas que iremos receber para dar maior assistência. E também depois do concurso que vai acontecer em junho com 1.335 vagas para guardas”.

O programa atende na maioria adultos e idosos e se tornou exemplo para outras cidades do país, inclusive ganhando prêmios internacionais. O secretário de Saúde do Recife, Jaílson Correia, falou durante a audiência que já existe um cronograma de reformas e substituição de equipamentos nos polos que precisam de urgência. “Esse é um desafio que não se transforma de uma hora para outra. Nós temos responsabilidade e pensamos a saúde como um todo. As academias da cidade fazem parte desse contexto. É necessário ser pensado dentro da saúde de forma geral. Precisamos fazer reformas e eu faço um pacto com o vereador (Eurico Freire), para que ele acompanhe nosso cronograma de melhoria dos espaços”. O secretário disse ainda que vai contratar, até julho, mais 15 educadores físicos para complementar o quadro. “Nesse primeiro momento serão os 15, mas dentro do universo geral isso representa pouco mais de 10%”.

Fizeram parte da mesa Reginaldo Correia, da Associação dos Amigos do Sítio; Jaílson Correia, secretário de Saúde do Recife; Rosângela Albuquerque, do Conselho Regional de Educação Física (CREF); Ricardo Augusto Menezes, Coordenador do Programa Academia da Cidade; Liana de Lisboa Pereira, da Associação dos Profissionais de Educação Física; O Comandanta da Guarda Municipal, Marcílio Domingo e o promotor do Ministério Público, Clóvis Ramos Sodré. Quem presidiu a mesa foi o próprio vereador Eurico Freire. O parlamentar Jurandir Liberal (PT) acompanhou o debate no plenário, que estava lotado de usuários das academias da cidade e de profissionais da área. Na ocasião cinco pessoas que acompanhavam o debate tiveram a chance de opinar sobre o tema da audiência. “Todos tiveram voz para explanar sobre esse assunto tão importante. Sem dúvida teremos o apoio dos pares desta Casa nos desdobramentos dessa audiência pública, de tudo o que será feito a partir de agora”, finalizou o vereador Eurico Freire.

Em 30.05.2014, às 14h15.