Audiência pública discute combate ao crack

Dados apresentados pelo delegado Renato Márcio, chefe do Núcleo de Inteligência do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico, revelam que durante todo o ano de 2004, no Recife, a polícia apreendeu 1,4 kg de crack. Apenas de janeiro a julho deste ano este número subiu para 41 kg. A explicação do delegado é simples: o crack vem proporcionando um lucro muito grande para os traficantes. “Pode chegar a até 500%”, afirmou.

A opinião da representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), Marinalva Ferreira, é de que a família tem que ser preparada para esse trabalho de prevenção. “É necessária a união de instituições, governos, sociedade civil e meios de comunicação para tentar resolver o problema”.  O conselheiro tutelar Geraldo Nóbrega também tem a mesma visão. Para ele, as políticas públicas não têm alcançado a mesma velocidade das drogas. “Se antes apenas os jovens eram atingidos, hoje são os adolescentes e até as crianças”, disse Geraldo Nóbrega.

O psicólogo Gilberto Lúcio, que atua nos Centros de Apoio Operacional do Ministério Público Estadual, revelou dados: o primeiro contato com as drogas no Brasil hoje é aos 11 anos de idade e que o tempo de vida do usuário está entre os 18 e 25 anos. “A sociedade precisa saber que um dólar investido em prevenção corresponde a 10 dólares gastos em tratamentos”.

A audiência pública também teve a participação do Coronel José Cassimiro Henriques (Programa Educacional de Resistência às Drogas da PMPE), Telma Lucena (Secretaria Municipal de Educação do Recife), Genivaldo Francisco (Programa Mais Vida – Prefeitura do Recife), representantes da Secretaria de Assistência Social, FUNASE e Casa de Passagem.  

Em 12.08.2010, às 16h05.