Audiência pública retrata os desafios da enfermagem no Recife

O vereador Benjamim da Saúde (PATRI) promoveu audiência pública, na manhã desta quarta-feira (15), para debater o tema “Desafios e dificuldades enfrentados pela enfermagem no Recife”. Segundo o parlamentar, as instituições de saúde “passam por inúmeras dificuldades relacionadas aos recursos físicos, materiais e humanos, comprometendo a qualidade da assistência à saúde e da segurança do paciente, bem como a satisfação dos profissionais”. Entidades, enfermeiros, técnicos e auxiliares compareceram ao Plenarinho da Casa de José Mariano para abordar o assunto.

A escassez de recursos materiais e de equipamentos necessários para a execução das ações, segundo Benjamim da Saúde, implica em riscos para os usuários, para a instituição e para o profissional. “Quanto aos números de profissionais para execução dos cuidados à saúde, podemos afirmar que são poucas as instituições que prestam assistência aos usuários, especialmente em relação à equipe de enfermagem, que representa o maior número de profissionais, bem como o estabelecimento de saúde”.

Benjamim da Saúde ressaltou que é técnico de enfermagem e conhece bem a realidade profissional. “Estou aqui como representante do Recife e também como técnico. Sei das dificuldades e precisamos entender que a nossa categoria é a segunda maior do Brasil. Sabemos da nossa força. Com as demandas desse evento levarei um plano de ação ao Prefeito e ao Secretário de Saúde”.

José Ronaldo, representando o Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE), detalhou o histórico e o trabalhado realizado pela instituição. “Temos subsedes em cidades do interior de Pernambuco para a fiscalização e regulação dos profissionais. Recebemos denúncias via Ouvidoria, Ministério Público de Pernambuco e Judiciário. A maioria das vezes das nossas intervenções diz respeito ao número exigido de profissionais que não é cumprido. Isso acontece tanto no âmbito público quanto no privado”.

Cláudia Santos, representando a Secretaria de Saúde, citou que a pasta conta com 734 enfermeiros e 1.465 técnicos de enfermagem. “O salário dos profissionais é diferenciado em relação a outros municípios e nós estamos à frente de muitas capitais”. Cláudia Santos também recordou que houve um congelamento de verbas no ano 2016, por meio do governo federal. “Isso trouxe cortes à saúde e dificulta os processos de trabalho. Nosso caminho tem sido árduo porque temos uma cobertura de 73% na saúde primária do Recife. Fico feliz com essa plateia e com esses momentos. Muitos assuntos aqui foram abordados e levarei à Secretaria”.

Cláudia Santos frisou que no segundo semestre de 2019 será lançado um edital para concurso público com o objetivo de repor o contingente de técnicos de enfermagem e enfermeiros. “A rede é gigantesca, pois a nossa população é de um pouco mais de 1milhão e 700 mil no Recife. Somos oito distritos sanitários e estamos conseguindo chegar cada vez mais perto da população. O desafio é cotidiano”.

Ademir Luiz, vice-presidente do Movimento Ativistas da Enfermagem Brasileira (MAE), lamentou as condições de trabalho dos profissionais e destacou a importância da politização. “Temos representação em todos os estados da federação, somos mais de cinco mil filiados, e o objetivo é lutar pelas bandeiras da categoria. A classe precisa se politizar. São mais de dois milhões de profissionais em todo o país, cerca de 123 mil em Pernambuco e 53% destes atuam no Recife. Prestar uma assistência de qualidade é difícil quando faltam profissionais. O déficit é muito grande”.

Em 15.05.2019 às 12h31.

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