Biblioteca de Compaz terá nome de jornalista

A biblioteca do Compaz Ariano Suassuna, localizado no bairro do Bongi, será denominada de Jornalista Ronildo Maia Leite. A proposta é da Comissão Executiva da Câmara Municipal do Recife, autora do projeto de lei 142/2016, que está em tramitação. “A proposição é o reconhecimento dessa Casa Legislativa em homenagem ao grande jornalista e escritor, cuja convivência amigável e respeitosa com todos, deixou registros de lembranças e histórias que refletem nas saudades registradas nas mentes e corações daqueles que tiveram a honra e prazer de conviver com Ronildo Maia Leite, como cidadão ou profissional”, diz a justificativa do projeto de lei.

Ronildo Maia Leite faleceu em cinco de julho de 2009. O projeto de lei foi assinado pelos vereadores que compõem a mesa: Vicente André Gomes (PSB), presidente da Câmara; Eduardo Marques (PSB), primeiro vice-presidente; Henrique Leite (PDT), segundo vice-presidente; Edmar de Oliveira (SDD), terceiro vice-presidente; Augusto Carreras (PSB), primeiro secretário; Eriberto Rafael (PTC), segundo secretário; Aline Mariano (PMDB), terceiro secretário; e os suplentes Felipe Francismar (PSB) e Aderaldo Pinto (PSB).

 

“A biblioteca que deverá levar o nome de Ronildo Maia Leite expressa o seu sentimento libertário, seu conhecimento com a vontade do poder viver sem amarras, sem grilhões no corpo, da alma, pensamento e nas palavras”, acrescenta a justificativa do projeto. “Ele representou e ainda representa a ética, a capacidade, a cultura jornalística, a dignidade e o profissionalismo daqueles que lidam com a palavra”, diz. Ronildo trabalhou em todos os jornais de Pernambuco, em funções diversas, seja no Diário da Noite, Diário de Pernambuco, Jornal do Comercio. Foi colaborador da Isto é, repórter da Revista Veja em 1971, tendo também chefiado a redação norte-nordeste de O Globo, por dezenove anos.

 

Jornalista premiado, Ronildo ganhou quatro Prêmios Esso e conquistou prêmios nacionais de Melhor Manchete conferidos pelo Northon Publicidade. Como escritor teve diversos livros publicados dentre eles Recife Cruel, Ó... (1982), O destino das ruas (1985), História de um jornal que morreu ou ascensão e queda de Miguel Arraes (1987), A cidade invicta (1987), Abelardo de todas as horas (1988) dentre outros. Quanto às honrarias recebidas, estão o Diploma de Mérito Cultural, Diploma de Memória Viva do Recife da Fundação de Cultura de Pernambuco e Fundação de Cultura do Recife respectivamente. Também recebeu a Medalha Comemorativa dos 40 anos da Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Teve o Título de Cidadão do Recife por decisão unânime da Câmara Municipal do Recife.

 

Ronildo Maia Leite nasceu em Garanhuns em 30 de Outubro de 1930. Aos 13 anos,  iniciou-se no jornalismo ao participar no extinto Garanhuns Jornal. Sua história jornalística tem raízes no exercício e na formação da profissão que abraçou.          Integrante da primeira turma de jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, fora aluno laureado. Muito embora já fizesse parte do Jornal Pequeno do Recife, onde ingressou em 1951 e saiu em 1955 para integrar o Jornal Diario de Pernambuco. Sua história se confunde com a história do jornalismo e da literatura da recente história de Pernambuco. Preso pelo movimento militar, migrou para área de propaganda durante três anos como redator da Abaté Propaganga, nunca se distanciando das letras e palavras.

 

Em 29.11.2016, às 12h30.