Solenidade marca Dia Internacional da Mulher

O primeiro a falar sobre o assunto em plenário foi o vereador Luiz Eustáquio (PT), que distribuiu um broche com o laço branco, simbolizando o compromisso dos homens em defender os direitos da mulher. “Precisamos entender que ela não pode ser subjugada, mas vista sempre como uma grande parceira do homem. Por isso não podem ser agredidas de forma alguma”.

            Edmar de Oliveira (PHS) parabenizou a atuação das quatro vereadoras da Casa. “Que este dia de comemoração, também seja um dia de protesto. A violência continua, e parece que o brasileiro está se acostumando a ela. Em média, uma mulher é assassinada por dia em Pernambuco. E os avanços alcançados são muito pouco para o verdadeiro valor da mulher”.

            Os vereadores Alfredo Mariano (PSDC) e Gilberto Alves (PTN) também se pronunciaram. “Não poderia deixar de me juntar à bancada feminina da Casa e expressar a alegria de comemorar o centenário desta data, lembrando a luta das mulheres que já alcançaram tantas conquistas”, declarou Gilberto.

Sessão solene

            O tempo do Grande Expediente foi dedicado a uma sessão solene presidida pelas quatro vereadoras da Casa. A representante do IMIP, Ilcéa Leitão e a secretária Municipal da Mulher, Rejane Pereira, completaram a mesa.

            Marília Arraes abriu a solenidade ressaltando a honra em compôr a maior bancada feminina em 300 anos de história da Câmara, num momento tão especial. “Quando comemoramos o centenário do 8 de março, e no ano em que pela primeira vez na história do Brasil uma mulher vai disputar a presidência da República com chances de ganhar a eleição. Independente do partido, isso é uma conquista do povo brasileiro e das mulheres”.

            Ela ainda reforçou que “quando se trata de garantir os direitos das mulheres do Recife, não há divisões partidárias nesta Casa”, lembrando que as quatro dividiram a presidência dos trabalhos.

            Em seu discurso, a vereadora Priscila Krause citou a atuação das mulheres em todo o mundo em diversas áreas, como esporte, educação, ciência e política. “Este é um dia para comemorar a quebra de tabus. Ontem uma mulher ganhou o Oscar de melhor direção pelo filme Guerra ao Terror, numa indústria de cinema que é um espaço predominatemente masculino”. E acrescentou. “Se somos alvo de preconceito e ações excludentes, não é como vítimas que temos nos comportado, muito pelo contrário. Apesar de toda violência física e emocional, de toda a discriminação social e política, sempre assumimos ao longo da história uma postura afirmativa em busca de reconhecimento”.

            Para Aline Mariano a sociedade não tem mais espaço para posturas machistas e a importância da mulher como peça fundamental no desenvolvimento do país precisa ser reconhecida. “Quero deixar registrado o quão importantes somos para a sociedade. Dizer que não apenas hoje, mas todos os dias do ano somos mulheres que pensam, que trabalham duro, que avançam cada vez mais, sejam em casa, na rua, no trabalho, na política, nas lutas sociais”.

            Vera Lopes lembrou de sua luta para conseguir uma cadeira na Casa de José Mariano. “A discriminação ainda é muito grande e a sociedade, machista, só elege homens. Ainda temos muito  que lutar pela igualdade de direitos”. Ela concluiu sua fala com uma poesia. “Feliz do homem que, por um dia, souber entender a alma da mulher”.