Câmara debate Plano de Requalificação Integrada do Centro
O presidente da Câmara, Jurandir Liberal (PT), participou da audiência pública. Ricardo Campo, gerente da CDL, Câmara de Dirigentes Lojistas, afirmou que apoia as intervenções no centro como forma de revitalizar o comércio. O coordenador geral do Instituto Pelópidas Silveira, Milton Botler, apresentou o Plano para os convidados.
Entre as ações previstas para o centro do Recife estão estimular os empreendimentos relacionados ao turismo e cultura, tecnologia da informação e comunicação, e as indústrias criativas, como as ligadas ao carnaval. Ao mesmo tempo, a prefeitura pretende dar atenção especial às atividades tradicionais, entre elas o comércio varejista. O Plano inclui ainda a retirada de publicidade irregular, recuperação de praças, manutenção dos mercados públicos, sinalização das vias, arborização, controle da poluição sonora e apreensão de animais.
São consideradas ações estruturadoras obras como a requalificação da comunidade do Pilar, da Rua Sete de Setembro, a sinalização turística, a revitalização da área portuária, a construção de um edifício-garagem na Boa Vista e da praça Machado de Assis, a diminuição dos riscos de algamento, a melhoria da segurança, limpeza e iluminação. Também será exigido o mínimo de 1,5 metro de calçada livre para circulação de pedestres. Esta última ação envolve o ponto mais polêmico do Plano, a redução e o controle do comércio informal, que provocou reclamações dos vendedores ambulantes presentes.
O presidente da Associação do Comércio Informal do Recife e Região Metropolitana, Orlando Borges, afirmou que é favorável ao Plano de Requalificação do centro, mas acredita que os ambulantes poderiam ser poupados das mudanças. “Do que vão viver as pessoas que estão sendo retiradas das ruas e impedidas de trabalhar”, questionou Borges.
Sérgio Antunes, presidente da Associação dos Dogueiros, reclamou que os camelôs não puderam participar da elaboração do Plano. “Não fomos ouvidos. Eu quero ver a cidade bonita, mas não podemos esquecer os problemas sociais”. Sobre a construção de um Shopping Popular, prevista no Plano, para acomodar os vendedores ambulantes, os representantes dos trabalhadores estão divididos. Alguns consideram uma boa opção, mas reclamam que os camelôs não podem ficar parados aguardando o empreendimento. Outros, acreditam que longe das calçadas não será possível sobreviver.
O presidente do Sindicato do Comércio Informal de Pernambuco, Elias de França, considera o Plano inviável do ponto de vista social. “Precisaria antes definir para onde vão todas essas pessoas. Nós queremos ajudar, queremos a cidade organizada, só não podemos perder nosso local de trabalho e disso não vamos abrir mão. Está em jogo a vida de todos nós”, afirmou França.
Para o vereador Múcio Magalhães, presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, a audiência pública atingiu seu objetivo. “A intenção é ouvir a população. Já temos aqui o material que precisamos. Para nós da comissão isso é o suficiente por enquanto, e vamos continuar o debate”.
26.02.2011, às 12h.